Nissan Frontier tem produção suspensa e sucessora cancelada na Argentina


Após não concretizar a fusão com a Honda, a Nissan está sozinha para enfrentar uma crise global. Segundo o CEO da marca, Makoto Uchida, mais de 9 mil trabalhadores devem ser demitidos nos próximos meses com a redução da escala produtiva mundial em 20%. A Argentina, onde a Frontier é produzida, deve ser um dos mercados mais afetados.

O desenvolvimento da nova geração da Frontier — identificada pelo código interno Projeto H60E — foi suspenso em Córdoba. A informação foi revelada pelo sindicato dos metalúrgicos da região. A decisão acaba resvalando em nosso mercado, tendo em vista que a Frontier é um dos modelos mais importantes da Nissan. Antes de ser produzida na Argentina, a picape média chegava ao Brasil importada do México.

Agravando a situação, a produção da picape atual também foi paralisada. Na última semana, a fornecedora argentina Maxion Montich, responsável pela fabricação do chassi, entregou ao governo um plano de contenção de crise.

A medida permitiria lay-off, ajustes de salários, planos de demissão voluntária e antecipação de feriados. A empresa pressiona a Nissan por mais transparência, e o sindicato argentino já ameaçou declarar greve.

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A fábrica de Córdoba produz a Frontier e sua “gêmea” Renault Alaskan. Também seria o local de montagem da Mercedes-Benz Classe X, a primeira picape média da marca alemã, mas os planos foram cancelados em 2019. Até por isso, o complexo nunca atingiu as expectativas quanto ao volume de produção.

Por enquanto, a crise não afetou diretamente o Brasil, onde a Nissan anunciou investimento de R$ 2,8 bilhões em Resende (RJ) para a produção de dois carros novos: a nova geração do Kicks e outro modelo inédito mantido em segredo.

A Nissan negociava fusão com a Honda, uma de suas maiores rivais, para conter uma crise que poderia levar a demissões, fechamentos de fábricas e cortes de investimentos. Nesta quinta-feira (13), foi confirmado que a aliança não sairá do papel.

A negociação aparentava seguir para um desfecho positivo, e as marcas anunciaram a assinatura de um memorando de intenções em janeiro. Porém, durante as conversas, a Nissan afirmou que a Honda tentou mudar o arranjo de negócio.

A princípio seria uma joint venture, mas a Honda propôs um modelo de incorporação em que a Nissan se tornaria uma subsidiária. Ambas concordaram em encerrar as negociações após divergências e, portanto, a aliança que criaria a terceira maior fabricante de carros do mundo não se concretizou.

De acordo com a consultoria MarkLines, parceira da Autoesporte, o grupo formado por Renault, Nissan e Mitsubishi emplacou 5.205.122 veículos em todo o mundo em 2024. É o sexto maior conglomerado automotivo do mundo. Já a Honda, que não tem parceiros, vendeu 3.814.554 unidades

Em novembro de 2024, diretores da Nissan contaram ao jornal Financial Times que a marca entrou em “modo de emergência”. A publicação ainda trouxe a notícia de que a empresa japonesa teria “entre 12 e 14 meses para sobreviver”. A marca deixou claro que precisava de um investidor — e foi então que a Honda iniciou as conversas para, inicialmente, se fundir à Nissan.

Agravando o cenário, a Renault, parceira de longa data da Nissan, passou a reduzir sua participação. Era detentora de 47% das ações da marca japonesa no início de 2024, mas reduziu o montante para menos de 40% em 2025.

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Fonte: direitonews

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