Dois fatos interessantes cercam o Nissan Ariya, exibido no Japan Mobility Show 2025 na última semana, quanto à sua chegada ao mercado brasileiro. O primeiro é que a marca japonesa registrou 23 unidades do SUV elétrico no Brasil em setembro; e o segundo é que, nesta semana, a autonomia do Ariya apareceu nos dados do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBEV).
Apesar das movimentações proporcionarem indícios de que a Nissan planeja lançá-lo, nossa reportagem apurou que a chegada do Ariya ao país continua sendo tratada com estudo pela marca. O próximo carro inédito no portfólio será o Kait, um sucessor do atual Kicks Play antecipado por Autoesporte nesta projeção. Já os próximos veículos estão em fase de definição — e não há planos de apresentar um modelo inédito em 2026.
Além de estrear a nova linguagem visual da Nissan, marcada por um filete de LED que desce dos faróis como uma espécie de “garra”, o Ariya tem outras evoluções neste facelift: a central multimídia passa a oferecer sistema Google nativo, a suspensão foi recalibrada para melhorar a dirigibilidade e o conjunto elétrico agora traz a tecnologia Vehicle-to-Load (V2L), que permite alimentar outros aparelhos.
Baseado na plataforma CMF-EV do grupo Renault-Nissan, a mesma usada pelo Megane E-Tech já vendido no Brasil, o Ariya tem 4,59 metros de comprimento, 1,85 m de largura, 1,66 m de altura e 2,77 m de distância entre-eixos.
O visual chama atenção pela pegada cupê, com destaque para a queda arredondada da carroceria a partir da coluna B até o fim da traseira. Apesar da traseira compacta, o Ariya tem 460 litros de volume no porta-malas na versão de tração dianteira, sendo 415 litros na versão com tração integral, devido ao uso de um motor elétrico no eixo traseiro.
Por dentro, o assoalho é plano, beneficiando o espaço para os pés dos ocupantes do banco traseiro. Tanto o painel de instrumentos quanto a central multimídia têm 12,3 polegadas. Botões físicos saem de cena e dão lugar a comandos táteis, além de um assistente de voz que pode auxiliar as operações cotidianas (como mudar a temperatura ou conferir o estado da bateria).
Nada muda no conjunto mecânico. O Nissan Ariya segue oferecendo duas opções de propulsão: motor elétrico apenas dianteiro, de 217 cv de potência e 30,5 kgfm de torque, ou dois motores elétricos combinados, um dianteiro e um traseiro, de 394 cv e 61,2 kgfm.
As configurações podem ser combinadas com pacotes de baterias de 65 kWh ou 90 kWh. A autonomia na versão com tração dianteira fica entre 450 km e 610 km, dependendo da bateria escolhida. Já com tração integral, o alcance varia de 430 km a 580 km, segundo o ciclo europeu WLTP.
Três versões foram registradas junto ao Inmetro na última atualização do PBEV. Segundo o documento, o Ariya tem autonomia de 348 km em sua versão de entrada, com bateria de 65 kWh e tração dianteira. Nas demais, o alcance é de 333 km para a versão intermediária com tração integral, e de 415 km no modelo mais equipado, que também move as rodas de ambos os eixos.
A Nissan flerta com a ideia de vender o Ariya no Brasil há três anos. O primeiro contato de Autoesporte com o SUV elétrico aconteceu na Argentina em 2022, durante o lançamento da reestilização da Frontier. Apresentado como show car, os executivos alegaram que se tratava de um estudo e despistaram a possibilidade de vendê-lo. Todavia, o plano amadureceu:
“A Nissan confirma que trouxe unidades do inovador 100% elétrico Ariya para o Brasil. Em breve, daremos mais informações sobre a presença de unidades do modelo no país”, diz o pronunciamento oficial da marca, divulgado em outubro.
Resta saber se o Ariya será vendido por aqui ou se entrará no serviço de carros por assinatura Nissan Move. É a estratégia que a Volkswagen usa para disponibilizar o elétrico ID.4 no país.
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Fonte: direitonews




