A Neta, marca que fica sob o guarda-chuva da Hozon Auto, paralisou a produção de seus veículos na fábrica de Zhejiang (China). Além disso, segundo a imprensa local, a empresa realizou cortes nos salários de seus colaboradores. Tudo isso por conta da queda nas vendas em seu país de origem.
De acordo com dados do Car News China, a marca teve 53.853 unidades comercializadas na China entre janeiro e setembro de 2024. O número está bem abaixo das projeções da companhia: menos de 30% da meta de vendas estipulada para o ano.
Por causa do desempenho muito aquém do esperado, a Neta sequer divulgou os dados referentes a outubro. A empresa costumava revelar os números do período anterior no primeiro dia do subsequente. Interlocutores, porém, apuraram que a marca teve 4.500 unidades licenciadas no mês passado – 40% menos ante setembro.
Outro ponto preocupante é o sumiço do CEO da marca, Zhang Yong, que não dá as caras em plataformas sociais famosas da China, como Weibo e TikTok, desde o último dia 14. As atividades na unidade de Zhejiang seguirão paralisadas, frisa a imprensa local, por pelo menos uma quinzena. A maior planta da Neta tem capacidade para produzir 200 mil unidades por ano.
Consultada pela reportagem de Autoesporte, a Neta garantiu que seu cronograma em nosso país segue inalterado. “[O que ocorre na China] não afeta a operação do Brasil, nem os planos da empresa para cá”, afirma a marca.
Esses planos, inclusive, envolvem até mesmo fábrica própria no país. A empresa, todavia, esconde o jogo e ainda não revela se terá uma unidade própria ou se montará seus carros em uma planta multimarcas.
Vale frisar ainda que os planos da Neta passam pela pré-venda de determinados modelos. Clientes já podem preencher formulário de interesse caso queiram adquirir Aya ou X. O primeiro tem preços que partem de R$ 128.900, enquanto o segundo custa, em sua configuração de entrada, R$ 194.900.
Em contato com a reportagem, concessionários demonstraram certa preocupação quanto a um possível novo adiamento das operações da Neta no Brasil. Auto+, inclusive, publicou matéria, em outubro, citando que revendedores já tinham desistido de trabalhar com a marca chinesa no país por conta de atrasos.
Fonte ouvida por Autoesporte se mostrou, em suas palavras, “assustada” com as movimentações da Neta na China. Comentou ainda que, a essa altura, avalia fechar acordo com outra empresa de origem chinesa para atuar em sua região: a GAC.
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Fonte: direitonews
