Apesar de ataques cardíacos estarem relacionados normalmente a homens idosos e obesos, o infarto agudo do miocárdio pode acontecer em qualquer pessoa — inclusive em mulheres jovens e saudáveis. Por ser um quadro menos comum nelas e ter sintomas diferentes dos clássicos, muitas vezes as pacientes só são diagnosticadas tarde demais.
É o caso da australiana Nicola, que não teve o sobrenome divulgado. Aos 38 anos, ela teve um infarto que só foi identificado já na ambulância a caminho do hospital — ela foi socorrida às pressas, com 80% da artéria coronária direita bloqueada. Dois anos depois, a mulher teve o princípio de mais um acidente cardíaco.
Ela conta que estava um pouco tonta, com azia e sentia ondas de calor horas antes de sofrer o infarto agudo do miocárdio. Até que, durante a noite, depois de colocar os dois filhos para dormir, ela se queixou de náusea e agravamento dos sintomas.
“Eu tinha acabado de colocar o meu filho mais novo para dormir, fui me levantar e me senti muito tonta. Tive uma azia muito forte, uma queimação no peito que me tirou o fôlego. Então, meu maxilar começou a doer”, conta, em entrevista ao jornal Daily Mail.
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Com a descrição dos sintomas, os paramédicos que fizeram o atendimento de emergência chegaram a acreditar que Nicola sofria de um problema gástrico. Os especialistas só perceberam que algo estava errado com o coração da paciente depois que seus sinais vitais foram examinados na ambulância a caminho do hospital.
O resultado do eletrocardiograma fez com que Nicola fosse levada para a seção de reanimação e submetida a uma cirurgia de emergência para desobstruir a artéria coronária. Foram inseridos quatro stents (espécie de tubo colocado nas artérias para garantir o fluxo de sangue) para prevenir um novo ataque cardíaco.
Porém, menos de dois anos depois, pouco antes de seu aniversário de 40 anos, ela foi socorrida novamente ao sofrer um “quase ataque cardíaco” que recebeu essa classificação por ter sido solucionado antes que os sintomas se intensificassem. Apesar dos procedimentos feitos na primeira cirurgia, exames mostraram que a mesma artéria estava 95% bloqueada, exigindo que um novo stent fosse colocado no local.
Doença silenciosa
Os médicos ainda não conseguiram descobrir o que levou a mulher a sofrer o problema cardiovascular tão jovem. Nicola, que hoje tem 44 anos, conta que levava um estilo de vida saudável, com prática regular de atividades físicas, incluindo ciclismo e caminhadas ao ar livre com a família, e não apresentava nenhum fator de risco associado a doenças no coração.
“Ter um ataque cardíaco não era algo que eu esperava, não tinha histórico familiar ou fatores de risco. Eu nunca fumei, tomar um copo de vinho era um deleite raro, e eu era saudável e ativa”, diz.
Hoje, Nicola lembra que teve alguns outros sinais precoces que não foram associados ao infarto, como joelhos e tornozelos inchados e fadiga. Os dois episódios fizeram com que ela ficasse mais atenta aos sinais de um ataque cardíaco e preocupada com a própria saúde. Agora, o primeiro sinal de dor no peito é levado em consideração e seus filhos também estão preparados para chamar por socorro médico.
“É assustador. Lembro-me de uma das ocasiões em que chamei a ambulância, observando as carinhas dos meus filhos enquanto eles me levavam. Eu tento não deixar minha família ver o quão assustada eu estava”, afirma.
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De acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), doenças cardiovasculares são algumas das principais causas de mortes no Brasil. Segundo a instituição, a maioria dos óbitos poderiam ser evitados ou postergados com cuidados preventivos e medidas terapêuticasPeter Dazeley/ Getty Images
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Para a SBC, a prevenção e o tratamento adequado dos fatores de risco e das doenças do coração podem ser o suficientes para reverter quadros graves. Para isso, é necessário saber identificar os principais sintomas de problemas cardiovasculares e tratá-los, caso apresente algum delesbymuratdeniz/ Getty Images
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Dentre as doenças cardiovasculares que mais fazem vítimas fatais, o Acidente Vascular Cerebral (AVC) se destaca. Ele é causado devido à presença de placas de gordura que entopem os vasos sanguíneos cerebrais. Entre os sintomas estão: dificuldade para falar, tontura, dificuldade para engolir, fraqueza de um lado do corpo, entre outrosKATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images
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A arteriosclerose é uma doença provocada pelo endurecimento das artérias que levam oxigênio e nutrientes do coração para o corpo. A condição prejudica o fluxo sanguíneo e faz com que o paciente sinta fraqueza, fadiga e dores no peito. Além de estar relacionada com o processo de envelhecimento, a doença pode ser causada por colesterol alto, genética, diabetes e hipertensãokatleho Seisa/ Getty Images
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A cardiomiopatia é outra grave doença que acomete o coração. A enfermidade, que deixa o músculo cardíaco inflamado e inchado, pode enfraquecer o coração a ponto de ser necessário realizar transplante. Entre os sintomas da doença estão: fraqueza frequente, inchaços e fadigaSolStock/ Getty Images
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O infarto do miocárdio acontece quando o fluxo sanguíneo no músculo miocárdio é interrompido por longo período. A ausência do sangue na região pode causar sérios problemas e até a morte do tecido. Obesidade, cigarro, colesterol alto e tendência genética podem causar a doença. Entre os sintomas estão: dor no peito que dura 20 minutos, formigamento no braço, queimação no peito, etc.KATERYNA KON/SCIENCE PHOTO LIBRARY/ Getty Images
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Uma das doenças do coração mais comuns, e grave é a insuficiência cardíaca. Ela é caracterizada pela incapacidade do coração de bombear o sangue para o organismo. A enfermidade provoca fadiga, dificuldade para respirar, fraqueza, etc. Entre as principais causas da enfermidade estão: infecções, diabetes, hábitos não saudáveis, etc.bymuratdeniz/ Getty Images
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A doença arterial periférica, assim como a maioria das doenças do coração, é provocada pela formação de placas de gordura e outras substâncias nas artérias que levam o sangue para membros inferiores do corpo, como pés e pernas. Colesterol alto e tabagismo contribuem para o problema. Entre os sintomas estão: feridas que não cicatrizam, disfunção erétil e inchaços no corpomanusapon kasosod/ Getty Images
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Causada por bactérias, fungos ou vírus de outras partes do corpo que migram para o coração e infeccionam o endocárdio, a endocardite é uma doença que pode causar calafrios, febre e fadigas. O tratamento da doença dependerá do quadro do paciente e, algumas vezes, a cirurgia pode ser indicadaFG Trade/ Getty Images
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Causada devido à inflamação de outros músculos cárdicos, a miocardite pode causar enfraquecimento do coração, frequência cardíaca anormal e morte súbita. Dores no peito, falta de ar e batimentos cardíacos anormais são alguns dos principais sintomasPeter Dazeley/ Getty Images
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Além dos sintomas comuns de cada uma das doenças cardiovasculares, cansaço excessivo sem motivo aparente, enjoo ou perda do apetite, dificuldade em respirar, inchaços, calafrio, tonturas, desmaio, taquicardia e tosse persistente podem ser sinais de problemas no coraçãoPeter Dazeley/ Getty Images
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Segundo a cartilha de Diretriz de Prevenção Cardiovascular da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), apesar de alguns casos específicos, é possível prevenir problemas no coração mantendo bons hábitos alimentares, praticando exercícios físicos e cuidando da menteandresr/ Getty Images
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O infarto agudo do miocárdio é a principal causa de mortes no Brasil. Estima-se que ocorram mais de 300 mil casos por ano e um em cada sete resultam em morte, segundo dados do Ministério da Saúde. Sedentarismo, tabagismo, sobrepeso, diabetes, hipertensão arterial e colesterol alto são outros fatores que aumentam o risco cardiovascular.
Sintomas em mulheres
De modo geral, os sintomas típicos do infarto envolvem dor no lado esquerdo do tórax (precordial) com irradiação para o braço esquerdo ou pescoço, acompanhada de falta de ar e suor frio. Nas mulheres, é mais comum o surgimento de dores no estômago (epigastralgia), náuseas, cansaço, fraqueza, indigestão ou apenas um mal estar intenso.
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