‘Não é justo 50% de taxação’, diz Marina Silva ao defender multilateralismo climático (VÍDEOS)


As declarações ocorreram durante compromissos em São Paulo (SP) nesta semana, no âmbito do 27º Fórum Nacional do Ensino Superior Particular (Fnesp).
Marina ressaltou que o Brasil tem 1.942 municípios vulneráveis a eventos extremos e defendeu que o enfrentamento do problema deve ser coletivo. “Esses episódios lamentáveis já estão diagnosticados pela ciência”, afirmou, lembrando que a maior parte das emissões é produzida por países ricos, mas seus impactos recaem sobre nações em desenvolvimento.
Segundo a ministra, a adaptação será um dos principais temas da COP30, marcada para novembro em Belém (PA). Ela listou como prioridades investimentos em infraestrutura, sistemas de drenagem, rotas de fuga e abrigos em áreas de risco. “Tudo isso são investimentos que países pobres não têm como fazer sozinhos”, disse.
Marina citou ainda programas do governo federal voltados à resiliência climática. “Já temos um programa que é o PAC Encosta, o PAC de drenagem, além do trabalho da Defesa Civil para criar sistemas de alerta rápido. Mas infelizmente a natureza é sempre mais forte e mais poderosa do que nós. Por mais que a gente tente se adaptar, ela estando desequilibrada é um risco que nós ainda não sabemos como lidar.”

Fundo Amazônia e cooperação internacional

A ministra informou que Noruega, Reino Unido e Alemanha já confirmaram apoio financeiro ao Fundo Amazônia, enquanto as negociações avançam com França e China. “O mais importante é que o Brasil já fez o seu gesto, já aportou 1 bilhão de dólares para o fundo, mesmo sendo um país em desenvolvimento”, afirmou.
Questionada sobre os impactos da COP30, Marina destacou que, além das obras de infraestrutura no Pará, o encontro deve deixar um legado político. “O maior legado que nós temos que deixar é aquele que tem a ver com o enfrentamento da mudança do clima”, afirmou.
“Se sairmos de lá com boas decisões, isso não depende do Brasil, são 195 países que por consenso têm que tomar essas decisões, nós vamos ter que atacar as causas, que é o problema das emissões de CO₂, que é o que está aumentando a temperatura na Terra e provocando todos esses desequilíbrios e ao mesmo tempo nos adaptá-los.”

Crítica à taxação dos EUA

Marina também comentou a taxação de 50% aplicada pelos Estados Unidos sobre produtos brasileiros e de outros países, medida que considerou injusta. “Não é justo 50% de taxação. Não é justo com o Brasil, não é justo com a China, com a Índia, não é justo com o México, não é justo nem com os europeus.”
Ela defendeu o fortalecimento de acordos multilaterais como alternativa. “O caminho é fortalecer o multilateralismo, a solidariedade, a cooperação”, declarou. Para a ministra, é preciso rever paradigmas globais: “Se os ideais identificatórios que nos trouxe até aqui é a competição, para a gente ter alguma chance agora, é a colaboração.”
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Fonte: sputniknewsbrasil

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