Museu da Ferrari é tão incrível que faz até hater virar fã da marca


“Todo mundo é fã da Ferrari, mesmo quem diz que não é. Eles são fãs da Ferrari.” Talvez você já tenha escutado ou lido essa frase antes. Porque, claro, não fui eu quem disse isso. O dono dessa expressão icônica é ninguém menos que Sebastian Vettel. E eu concordo com ele sem esforço algum. Prova disso é que separei um dia da minha viagem de férias na Europa para ver de perto tudo sobre a história da fabricante italiana na sua terra natal.

Já adianto que, para quem está em Milão (Itália), assim como foi o meu caso, o trajeto de carro leva cerca de duas horas e meia até Maranello. São aproximadamente 200 km de uma linha quase reta e de um asfalto impecável até chegar ao Museu da Ferrari, localizado na Via Alfredo Dino Ferrari. Se você está em Roma, é ainda mais longe: pouco mais de 400 km e quase cinco horas na direção. Mas a parada é obrigatória para quem ama carros e vale muito a pena.

Assim que você chega na frente do museu, é recebido com as boas-vindas de um grande “cavallino” rampante (ou cavalinho, em português, para os menos íntimos). É ali que você percebe que precisará de uma boa memória no celular para a quantidade de fotos que vai tirar.

A experiência inesquecível começa logo no primeiro salão, quando o visitante já se depara com uma réplica do escritório do chefão, Enzo Ferrari. Nas paredes, painéis contam a história da fabricante em ordem cronológica com textos escritos em italiano e inglês.

Em seguida, três carros icônicos da Ferrari surgem no mesmo saguão. O primeiro deles é uma GTO equipada com motor V8 fabricada em 1984. Depois, uma lendária F40, criada para comemorar os 40 anos da marca. Por fim, uma F50, que, consequentemente, celebrou o quinquagésimo aniversário da italiana com seu poderoso V12.

A volta ao passado termina assim que adentramos o próximo espaço, que nos leva diretamente para o futuro. Aliás, é bem ali que o sonho de ver uma Enzo e uma LaFerrari ao vivo se torna real. Caso você não saiba, apenas 400 unidades do supercarro que homenageia o grande criador da marca foram produzidas em todo o mundo.

A LaFerrari veio depois, em 2013, e como o primeiro modelo híbrido da história da montadora. São impressionantes 963 cv e somente 499 exemplares. Para fechar com chave de ouro, há ainda uma SF90XX Stradale no mesmo ambiente. É o esportivo mais novo e mais potente do museu, com fabricação em 2023 e incríveis 1.030 cv.

A próxima parada é destinada aos fãs de automobilismo: uma sala com oito carros vencedores na Fórmula 1 que ficam dispostos em uma espécie de meia-lua. Destaque para a F1-2000, que levou Michael Schumacher ao tricampeonato mundial, em 2000, quebrando um jejum de 21 anos da Ferrari sem um título de pilotos na categoria. Uma gigantesca parede exibe diversos troféus e imagens de todos os pilotos que foram campeões com os monopostos da Ferrari desde 1950. Preciso admitir que foi a minha parte favorita.

Acha que acabou? Nada disso. Antes de chegar ao fim da visita é possível admirar motores e modelos como a 250 LM, de 1963, e até um dos raros 39 exemplares de uma 166 M. As mais novas 812 GTS, F430 Scuderia e F8 Tributo Spider também chamam a atenção. Para se encantar ainda mais, você pode dar um “oizinho” para a Ferrari 499P, a vencedora das 24 Horas de Le Mans de 2023.

Assim que sair do museu, não desanime. Ainda há muito que ver em Maranello. Com dez minutos de caminhada chega-se à famosa Pista de Fiorano, na Via Gilles Villeneuve. O circuito foi inaugurado em 1972 e é utilizado exclusivamente para testes e desenvolvimento dos carros da Ferrari. Não se pode acessar o local, mas só a entrada já é bem interessante de ver.

Pouco mais de 1 km depois está ela: a fábrica da Ferrari. Claro que também não é possível passar pela catraca sem um convite, mas admirar aquela famosa fachada de perto é um sentimento indescritível. Basta atravessar a rua e dar mais uns passos para encontrar a sede da Scuderia Ferrari. Ou seja, a casa da equipe da Fórmula 1.

Caso você não tenha se cansado de ver tantas Ferraris na sua frente, pegue o carro e dirija por mais 25 km para chegar a outro museu, chamado Enzo Ferrari, que fica em Modena, mais especificamente na Via Paolo Ferrari. O local onde antes funcionava a oficina de Alfredo Ferrari, o pai de Enzo, também se tornou um centro de exposições. A diferença é que este é focado em mostrar as personalizações disponíveis para criar carros únicos. Por isso, não há tantos exemplares, mas os escolhidos são de tirar o fôlego.

Logo de cara me deparei com a 812 Competizione Tailor Made, um modelo com pintura inspirada em uma folha de papel, que é justamente o ponto de partida para a criação de um veículo. O gostinho de ver esse carro de perto foi especial para mim, pois escrevi uma matéria sobre seu lançamento para o site de Autoesporte em 2023.

A exposição de arte continua com uma Roma Spider dourada com detalhes de madeira no interior. Descendo, uma Testarossa Spider rouba a cena. Em seguida, as icônicas Monza SP2 e Monza SP1 fazem você se beliscar para acreditar que é realmente verdade o que está vendo. E é.

Todos os carros ficam dispostos no mesmo espaço e, ao fim, uma parede inteira se destina a mostrar como é a vida de quem compra uma Ferrari. Isso porque os donos podem escolher o tecido, a cor, os bancos, o volante, as rodas e diversos outros detalhes do carro. É para ficar ainda com mais vontade de ter alguns milhões na conta.

Enquanto esse sonho segue distante, saiba que é preciso ter pelo menos alguns euros na carteira para todas essas visitas. Entre setembro e maio, o preço da entrada para os dois museus é de 38 euros, o equivalente a cerca de R$ 230. Nos meses de junho, julho e agosto, o valor sobe para 42 euros (R$ 260). Mas é importante lembrar que idosos e menores de 19 anos têm desconto. Além disso, pessoas com deficiência e crianças de até 5 anos não pagam.

O curioso é que as exposições mudam com o passar dos meses. Por isso, se você visitar os museus agora, talvez não veja os mesmos carros que eu vi por lá. Eu, particularmente, acho ótimo. Afinal, se estiver na região de novo, com certeza vou voltar.

E se você é um daqueles que negam ser fã da Ferrari, minha dica é que dê uma passadinha por Maranello e Modena. Depois disso, você certamente vai concordar com Sebastian Vettel.

O pai do fundador da Ferrari, Alfredo Ferrari, teve uma oficina em Modena no início do século XX. O local foi transformado em uma exposição que conta a história daquilo que a fabricante sempre considerou ser o coração de todo o carro: o motor.

O espaço fica ao lado do Museu Enzo Ferrari e é dividido em três seções: uma sobre as curiosidades de propulsores de 12 cilindros, outra sobre os de oito cilindros e, por fim, a que trata dos motores de um Fórmula 1.

Quem quiser se aprofundar ainda mais na experiência ferrarista — e se sentir mais próximo de um Charles Leclerc ou de um Lewis Hamilton — pode aproveitar o simulador semiprofissional de um carro de Fórmula 1 em Maranello.

O preço da atividade, que dura dez minutos, é de 30 euros, cerca de R$ 180. Do tempo total, a Ferrari já deixa claro que apenas sete minutos são destinados à condução. Um técnico da empresa ajuda o visitante a usar os comandos do volante, fazer trocas de marchas e até a acertar a regulagem do assento e dos pedais.

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Fonte: direitonews

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