Via @gzhdigital | Uma mulher de 33 anos foi presa em flagrante pela Polícia Federal por suspeita de apresentar um diploma falso de conclusão do curso de Medicina junto ao Conselho Regional de Medicina do RS (Cremers), em Porto Alegre, na sexta-feira (15). Ela tentava realizar o registro como médica na autarquia.
Segundo o Cremers, ela exerceria ilegalmente a profissão em Cacique Doble, no norte do Estado, desde 2017.
De acordo com a Polícia Federal, que realizou a prisão, a abordagem ocorreu após a identificação da falsidade do documento, verificado pelo Cremers. Segundo o Ministério da Saúde, a suspeita chama-se Silmara Brito de Oliveira.
A mulher é natural do Acre e pode ser indiciada por uso de documento falso. Na tarde desta sexta-feira, ela prestou depoimento na sede da Polícia Federal, em Porto Alegre. Após ser ouvida, seria encaminhada ao sistema penitenciário.
Vínculo sob investigação
Segundo a Polícia Federal, a suspeita não tem vínculo com o Centro Universitário Funorte, de Montes Claros (MG), instituição de ensino que aparece no diploma e onde teria se formado em 1º de fevereiro deste ano.
O conselho diz, ainda, que a mulher é registrada no Programa Mais Médicos, do Ministério da Saúde, e atenderia comunidades indígenas de Cacique Doble há seis anos. Segundo a prefeitura (leia nota na íntegra abaixo), a mulher é contratada pelo governo federal e exerce atividade no posto de saúde da área indígena, administrado pela Secretaria de Saúde Indígena (Sesai) e pela Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai).
O Ministério da Saúde diz que a suspeita apresentou diploma de conclusão de graduação em Medicina validado na Bolívia. Além disso, informa que “não pactua com esse tipo de conduta e tomará as medidas administrativas necessárias para o afastamento da profissional” (leia nota na íntegra abaixo).
GZH procurou o Centro Universitário Funorte e aguarda retorno. Também busca contato com a defesa da mulher detida. O texto será atualizado quando houver retorno.
Nota do Ministério da Saúde
“O Ministério da Saúde realiza avaliação criteriosa da documentação dos profissionais antes de iniciarem as atividades no programa Mais Médicos. A profissional Silmara Brito de Oliveira ingressou como médica intercambista no programa. Na ocasião, como intercambista, a profissional apresentou diploma de conclusão de graduação em medicina validado na Bolívia.
O Ministério da Saúde não pactua com esse tipo de conduta e tomará as medidas administrativas necessárias para o afastamento da profissional, de forma cautelar, até a conclusão do processo, assim como as medidas necessárias para garantir a continuidade da assistência adequada aos indígenas da região.”
Comunicado da prefeitura de Cacique Doble
“Com relação a notícia publicada no site do Cremers (disponível em www.cremers.org.br) na data de hoje, onde consta a informação da prisão de uma médica que atende no Município de Cacique Doble, é necessário ressaltar que a profissional é CONTRATADA PELO GOVERNO FEDERAL, exercendo a atividade no POSTO DE SAÚDE DA ÁREA INDÍGENA, que é administrado e gerido pela SESAI/FUNAI, não tendo o MUNICÍPIO DE CACIQUE DOBLE qualquer gerência sobre o local e/ou os profissionais que lá atuam.
Segundo se verifica na notícia, a prisão decorre de fatos relacionados a questões documentais, referentes a busca de inscrição no conselho de classe e não em razão de atendimentos realizados no POSTO DE SAÚDE DA ÁREA INDÍGENA que é administrado pela SESAI/FUNAI.
O Município de Cacique Doble permanece à disposição para eventuais esclarecimentos e informações.”
Matheus Moraes
Fonte: @gzhdigital