Diferentes projetos a serem desenvolvidos pelo Museu de História Natural do Araguaia (MuNHA), iniciativa da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) pelos próximos 28 meses irão receber recursos do Ministério de Ciência e Tecnologia e Inovação (MCTI). Ao todo, quatro propostas de adequações do espaço físico do museu e de educação museal, além de ações para divulgação científica, elaboradas por docentes vinculados à instituição, foram contempladas com R$ 1.052,126 mil para serem gastos com itens de capital, custeio e bolsas.
De acordo com a professora de Biologia e diretora do MuHNA, Márcia Cristina Pascotto, os recursos terão impacto imediato para a visitação. “O público terá um museu ainda mais inovador, com mais espaços interativos e com tecnologias de ponta, como a realidade aumentada e a realidade virtual, que estão presentes em museus de grandes centros urbanos”, explica. Além das novas atrações, os visitantes terão mais conforto térmico quando visitarem o museu com a instalação do sistema de refrigeração.
Além de gerir o museu, a professora Márcia Pascoto também irá coordenar as adequações estruturais no espaço físico para remodelar a exposição e criar novos ambientes expositivos. As reformas incluem climatização do espaço, adequação da iluminação, aquisição de novos mobiliários, renovação da comunicação visual e implementação de dispositivos de acessibilidade. O projeto Revitalização, preservação e acessibilidade no Museu de História Natural do Araguaia foi contemplado com R$ 576 mil na linha Revitalização da Infraestrutura e do Acervo de Espaços Científico-Culturais.
Para a professora, essas reformas e recursos irão proporcionar maior proteção ao acervo, pois todos os objetos ficarão protegidos em vitrines fechadas. Com os ajustes haverá possibilidade de ampliação do acervo e implementação de novas tecnologias com a criação de novos ambientes interativos, além de mais acessibilidade e conforto aos visitantes.
O novo espaço físico irá abrigar as ações de educação museal e divulgação científica. O professor do curso de Ciência da Computação e membro do Conselho Diretor do MuHNA, Ivairton Monteiro Santos, será responsável pela gestão do projeto “Uso de TICs na comunicação museal do Museu de História Natural do Araguaia como potencializadores da divulgação científica, da aprendizagem e da acessibilidade”. Segundo o docente, o principal objetivo é desenvolver e implementar novas atrações digitais para o MuHNA como sistema de registro digital do acervo do museu, visitação guiada por um aplicativo de celular e desenvolvimento das primeiras versões dos sistemas que utilizam realidade virtual e aumentada. As ações somam cerca de R$ 185 mil em custeio, capital e bolsas.
Segundo o professor Ivairton Monteiro, a digitalização do acervo do museu irá permitir uma melhor gestão, além do compartilhamento de informações com museus parceiros. Para o público, o impacto será lúdico e inclusivo, quando a visitação será inovada para ensinar de maneira divertida e os sistemas de audiodescrição, imagens e vídeos entre os recursos de multimídia serão utilizados para a inclusão de pessoas com diferentes restrições. “Além disso, o aplicativo do museu irá permitir ao visitante revisar conceitos que foram estudados em sua visitação, mesmo estando fora do MuHNA, além de representar um canal de comunicação permanente com o visitante”, explica o professor.
Além da proposta de tecnologias para a educação lúdica, outros dois projetos foram contemplados na linha Divulgação Científica e Educação Museal em Espaços Científico-Culturais. O professor Deyvisson Costa irá coordenar o projeto Ciência, Tecnologia e Inclusão, contemplado com cerca de R$ 145 mil e que tem o objetivo de consolidar e ampliar as práticas inclusivas para indígenas, pessoas com deficiência, mulheres, ribeirinhas e outros grupos vulneráveis. “Além disso, o projeto visa constituir uma a rede de educadores vinculados ao MuHNA para que possam fazer usos do acervo da instituição em práticas educativas utilizando materiais pedagógicos.
O professor Silvio Cesar Oliveira Colturato irá coordenar o projeto contemplado com aproximadamente R$ 145 mil na linha Divulgação Científica e Educação Museal em Espaços Científico-Culturais. Serão confeccionadas réplicas de dinossauros da região do Araguaia. A proposta visa promover o conhecimento da paleontologia mato-grossense e estimular professores e estudantes da educação básica a se interessarem pela Paleontologia. “O MuHNA já possui um rico acervo de fósseis regionais, com exemplares de MT e GO, mas a inclusão do dinossauro matogrossense Pycnonemosaurus nevesi trará inovações tanto no acervo de Paleontologia como ao conhecimento científico acerca dos dinossauros e de outros fósseis regionais”, explica.
O MuHNA foi criado a partir de um projeto do CNPq, lançado em 2013, que permitia a criação de novos museus. O museu foi inaugurado na atual sede em junho de 2018. Desde então, nenhum outro edital semelhante tinha sido publicado até a divulgação da Chamada CNPq/MCTI/FNDCT nº 39/2022. Para Márcia Pascotto, as propostas contempladas refletem a maturidade do museu. “Permitirá que a instituição se consolide ainda mais como um museu inovador, que garante a acessibilidade universal e promove a divulgação científica de forma lúdica e interativa”, explica.
Fonte: ufmt
