MRE de Israel convoca enviado da ONU após autoridade expressar ‘luto’ por morte de palestino


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Nesta terça-feira (6), o Ministério das Relações Exteriores israelense convocou o enviado das Nações Unidas ao Oriente Médio, Tor Wennesland, depois que Wennesland prestou condolências e expressou “horror” pelo assassinato de um palestino.
Na tarde de sexta-feira (2), o palestino Ammar Mifleh teria tentado entrar no veículo de um casal israelense na cidade de Huwara. Enquanto tentava arrombar a porta trancada, um dos ocupantes, um oficial das Forças de Defesa de Israel fora de serviço, atirou e feriu Mifleh com sua arma, relata o The Times of Israel.
Mifleh então correu para um policial de fronteira próximo e o esfaqueou no rosto, ferindo-o levemente. O oficial conseguiu puxar Mifleh para longe deles com uma chave de braço, mas o palestino se libertou brevemente das mãos do oficial e pareceu tentar pegar o rifle do oficial. O rifle do policial caiu no chão quando ele puxou uma arma de um coldre e disparou quatro vezes à queima-roupa, matando Mifleh, diz a mídia.
Forças de Defesa de Israel (FDI) jogam bombas de gás lacrimogêneo contra palestinos durante protesto - Sputnik Brasil, 1920, 19.10.2022

Mais tarde, Wennesland disse que estava “horrorizado com o assassinato de um homem palestino” e que “os responsáveis devem ser responsabilizados“. Os comentários do enviado das Nações Unidas foram criticados por autoridades israelenses.
O primeiro-ministro, Yair Lapid, apoiou o oficial que atirou no agressor.
“Qualquer tentativa de distorcer a realidade e contar histórias falsas para o mundo é simplesmente uma desgraça. Nossas forças de segurança continuarão a agir com determinação contra o terror onde quer que ele apareça”, afirmou o premiê.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores, Emmanuel Nahshon, também criticou a declaração dizendo que o ocorrido não foi uma briga, mas “um ataque terrorista“. Já o ministro da Defesa israelense, Benny Gantz, também disse que “condenava veementemente” os comentários de Wennesland.
© AFP 2022 / Jaafar AshtiyehAs FDI apontam suas armas enquanto se posicionam na cidade ocupada de Hawara, na Cisjordânia, após um incidente durante o qual um palestino foi morto a tiros pela polícia israelense, em 2 de dezembro de 2022

As forças de segurança israelenses apontam suas armas enquanto se posicionam na cidade ocupada de Hawara, na Cisjordânia, após um incidente durante o qual um palestino foi morto a tiros pela polícia israelense, em 2 de dezembro de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 06.12.2022

As FDI apontam suas armas enquanto se posicionam na cidade ocupada de Hawara, na Cisjordânia, após um incidente durante o qual um palestino foi morto a tiros pela polícia israelense, em 2 de dezembro de 2022
Na semana passada, o enviado alertou que o conflito israelo-palestino estava “chegando ao ponto de ebulição“, segundo a mídia.
“Os altos níveis de violência na Cisjordânia ocupada e em Israel nos últimos meses, incluindo ataques contra civis israelenses e palestinos, aumentaram do uso de armas e violência relacionada aos colonos, causaram grave sofrimento humano”, afirmou.
Mifleh foi o nono palestino morto na violência na Cisjordânia em menos de quatro dias.
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