Organização Círculos de Hospitalidade, Marista Escola Social Lúcia Mayvorne e o Grupo Mulheres em Ação receberam as bibliotecas móveis
Foto: MPF
Mais uma página de cidadania foi escrita no último sábado (27). Afegãos, brasileiros, cubanos, haitianos e venezuelanos estiveram reunidos na Organização Círculos de Hospitalidade, em Florianópolis, para a entrega da sexta Livroteca pelo Ministério Público Federal, destinada à comunidade migrante e refugiada.
A biblioteca móvel foi ilustrada por Bruno Barbi, artista visual, que procura dar visibilidade à causa antirracista, tendo a oportunidade, por meio desse trabalho, de aprender e entender mais profundamente as pautas que se interseccionam e estruturam a desigualdade brasileira. Para ele, “é uma honra. Não deixa de ser uma chancela nessa trajetória ser convidado pra um projeto desses pelo Ministério Público. Muito valioso esse empreendimento”.
Para a equipe que está trabalhando no projeto, tem sido muito gratificante ver o resultado do trabalho e a aproximação do MPF com a sociedade, em comunidades vulneráveis e em locais tão diversos. Segundo Cynthia Orengo, coordenadora do projeto Livroteca, “é um trabalho que envolve responsabilidade social, comunicação institucional, voluntariado, sustentabilidade, arte, cultura e afeto. Conciliamos esse projeto com as atividades normais do dia a dia, porque entendemos a importância dele não só para quem o recebe, mas também para a instituição. É o MPF se fazendo presente em comunidades vulneráveis”.
Para o procurador regional dos Direitos do Cidadão do MPF, Fábio de Oliveira, o projeto “é um gesto que simboliza não só este acolhimento neste momento. É uma política e um dever do Ministério Público trabalhar com ações que promovam um bom acolhimento de todos que vêm ao nosso país”.
A coordenadora da Organização Círculos de Hospitalidade, Bruna Kadletz, destacou que é necessário “humanizar o nosso olhar, para enxergarmos o outro em nós, porque, de uma certa forma, todos nós, além de compartilharmos uma casa em comum, compartilhamos a nossa humanidade”.
Mais duas Livrotecas entregues – ao longo da semana passada, a quarta e a quinta Livrotecas também foram entregues. Uma delas foi destinada, na quarta-feira (24), para a Marista Escola Social Lúcia Mayvorne, no Monte Serrat, em Florianópolis. Na ocasião, a equipe do projeto promoveu uma manhã com muita arte e cultura, contação de história, oficina de colagem, poesia e integração.
Os artistas responsáveis pela ilustração dessa geladeira foram Gelsyr Ruiz, que pesquisa e experimenta diversas técnicas no campo das artes visuais (pintura, desenho, gravura, fotografia, colagem e instalação), e Renato Ruiz (Gavina), que trabalha principalmente em observações botânicas.
Na sexta-feira (26), a quinta Livroteca foi entregue para o Grupo Mulheres em Ação, no Brejaru, em Palhoça, que busca promover o empoderamento feminino e o acolhimento. Na oportunidade, foi realizada uma roda de mulheres, com conversa e contação de histórias. Segundo Cynthia Orengo, “muitas dessas mulheres não conheciam o MPF. Levar a instituição, por meio da arte e da cultura, para locais e comunidades vulneráveis tão diversificadas tem sido o maior legado desse projeto”.
A artista que ilustrou a Livroteca foi Alana de Oliveira, grafiteira, pesquisadora cultural, artista visual, poeta e mestre de cerimônias.
Projeto Meu Boizinho – Na quinta-feira (25), o procurador-chefe do MPF em SC, Daniel Ricken, e a coordenadora do projeto Livroteca, Cynthia Orengo, receberam a visita dos publicitários e ilustradores Bruno Pagani e Thiago de Melo, criadores do Projeto Meu Boizinho.
O objetivo do projeto é incentivar que as crianças se conectem com a tradição e os costumes da cidade onde vivem. Os publicitários acreditam que “para a cultura do Boi de Mamão se perpetuar, ela precisa viver dentro dos nossos corações”.
A partir de agora, todas as Livrotecas do MPF em SC incluirão exemplares de “O Sumiço da Tainha de Ouro”, publicação criada por Bruno e Thiago.
Projeto Livroteca – aliando o conceito de “upcycling” (dar um novo propósito para materiais que seriam descartados, agregando valor com criatividade) à valorização de artistas locais que se dispõem a doar sua arte para transformar objetos, surgiu a ideia da Livroteca MPF – Páginas de Cidadania, projeto que visa transformar refrigeradores inservíveis ao uso, que seriam descartados ou destinados à sucata, utilizando-os como estantes de livros e alocando-os em comunidades vulneráveis.
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