Por que os nacionalismos regionais persistem na Espanha?
“Regiões como a Catalunha, como o País Basco, a própria Galícia, conseguiram manter, de certa forma, algumas estruturas nacionais, do ponto de vista da língua, da culinária, de uma cultura própria, que tenta e busca se diferenciar do que seria esse espanhol. E normalmente esse espanhol está ligado a uma ideia de Castela, ou seja, a região central, Madri.”
“A língua, ou esse catalão medieval, era falado em trovas, em poemas, e eles vão rememorar isso e construir novas narrativas da Catalunha a partir disso. É um movimento que ficou conhecido como Renascença Catalã, e ali começa um surgimento de um nacionalismo catalão.”
“Não vou dizer que acabou, eu acho que é um sentimento que ainda está muito presente, principalmente em algumas fileiras mais à esquerda dentro da Catalunha.”
Movimentos separatistas dão força à figura de Franco
“É um partido que reivindica uma herança franquista, ele é abertamente xenófobo com estrangeiros, mas também com esses nacionalismos regionais. É uma extrema-direita que está crescendo muito na Espanha e que se diz a herdeira do franquismo. […] eu acho que a figura de Franco não é um fantasma, eu acho que ela está muito presente, ela está ali; não está rondando, ela está ali, é visível.”
“Quer dizer, a Espanha é uma etiqueta que simplesmente nem existe. Existe, mas quantos anos tem essa bandeira da Espanha? Como era antes todo esse negócio? Tinha vários reinos […], mas não estava tudo unido. Daí também, os muçulmanos ficaram 700 anos aqui no Estado. Então como você pode falar em unicidade na Espanha quando a Espanha é uma nação de nações, que você tem muitas culturas, muitos idiomas diferentes? Então como é só uma? Não existe.”
Fonte: sputniknewsbrasil