Motos apresentam falhas em testes com gasolina E30, que tem mais etanol


A Associação Brasileira dos Fabricantes de Ciclomotores (Abraciclo) alegou que determinados modelos de motocicletas apresentaram falhas em testes com a nova gasolina E30, que traz maior teor de etanol na mistura do combustível. As avaliações são conduzidas pelo Instituto Mauá de Tecnologia (IMT).

Os resultados apontaram que algumas unidades testadas com o novo combustível falharam durante a partida a frio. Mesmo assim, o Instituto Mauá alegou que “as diferenças encontradas nos testes realizados não são empecilhos para a adoção do combustível E30”.

De acordo com Luana Camargo, representante do órgão, não foram observadas diferenças no comportamento dos veículos que sejam justificadas pela alteração do combustível. O maior teor de etanol na mistura tampouco irá alterar a percepção de dirigibilidade do piloto, garantiu.

A Abraciclo, que representa as fabricantes de motocicletas no país, chamou as falhas de “pontos de atenção“, e afirmou que continuará acompanhando os testes conduzidos no Instituto Mauá. Confira o posicionamento do órgão na íntegra ao final da reportagem.

O uso da gasolina E30 foi aprovado pelo Ministério de Minas e Energia, que faz a supervisão dos testes. Se as avaliações forem conclusivas, o novo combustível que eleva de 27% para 30% o teor de etanol na gasolina, será adotado comercialmente em todo o país. A intenção do governo é reduzir as emissões dos veículos e a dependência da gasolina importada.

Rogério Gonçalves, diretor de combustíveis da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva (AEA), explica que o poder calorífico do etanol é menor que o da gasolina. “O poder calorífico é a quantidade de energia que um combustível fornece quando queimado completamente”, afirma o especialista.

Portanto, o motor a combustão precisa de maior esforço para queimar etanol em comparação com a gasolina. Tal dificuldade se eleva em temperaturas mais baixas, o que explica, por exemplo, a adoção do antigo “tanquinho de partida a frio” em modelos flex.

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Essa característica também revela o fato dos números de consumo serem mais eficientes com gasolina no tanque: etanol tem 70% do poder calorífico da gasolina. Em outras palavras, o proprietário de um veículo flex que enche o tanque com gasolina vai notar uma redução na autonomia total.

Com a nova mistura, os veículos brasileiros se tornarão mais eficientes do ponto de vista ecológico. A queima do etanol produz em média 25% menos monóxido de carbono e 35% menos óxido de nitrogênio.

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Fonte: direitonews

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