Para ele, o julgamento representa um encerramento de ciclo para Jair Bolsonaro, mas não o fim das ameaças da extrema direita à democracia.
“[Ivan] Valente, a Jandhira e eu, isso também é algo que tem um símbolo, são três combatentes do regime militar. Sofremos no combate ao regime militar e isso tem tudo a ver. Acho que o voto hoje é um game over para Bolsonaro e para o golpismo, mas não significa o fim da extrema direita e, portanto, é preciso que esse combate permaneça”, declarou Correia, referindo-se aos colegas parlamentares Ivan Valente (PSOL-SP) e Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
Correia alertou para os perigos de uma possível anistia aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, destacando que a tentativa de absolvição dos responsáveis pode abrir caminho para um retorno do autoritarismo no país.
“Essa luta que eles fazem hoje para anistiar o golpismo é muito perigosa, porque ela significaria apontar para frente no sentido de um regime autoritário que foi tentado e hoje esmiuçado no voto de Alexandre Moraes“, afirmou.
O parlamentar também criticou o que chamou de “golpismo continuado”, uma prática que, segundo ele, ainda persiste em diferentes frentes.
“Esse golpismo continua, essa ideia do golpe continuado é permanente, seja na invasão das mesas da Câmara e do Senado, seja no projeto que eles colocam de anistia ampla, que é… aliás, no projeto deles, anistia até milícias que podem ter sido formadas, poderão uma vez ser formadas e para o futuro”, disse.
A fala de Correia também mirou o presidente da Câmara; o deputado Hugo Motta (Republicanos-PB), e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP). Apesar de elogiar os sinais dados por Alcolumbre de que não pautará propostas inconstitucionais, o petista cobrou coerência de ambos.
“É preciso que a população brasileira esteja atenta a isso e que não permita, nem que Hugo Motta, que, aliás, prometeu para a bancada do PT que não teria processo de anistia em votação e também Davi Alcolumbre, que dá bons sinais de que não colocará anistia para ser nitidamente inconstitucional. Mas é uma luta popular que continua.”
Fonte: sputniknewsbrasil