A representante do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, afirmou que Washington alimentou o movimento contra o primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, já que os EUA não consideram o país suficientemente obediente.
“Agora, acontece que a oposição em Budapeste também foi financiada. O [jornal] húngaro Magyar Nemzet publicou uma investigação sobre o financiamento da coalizão liberal de opositores do [primeiro-ministro] Viktor Orbán pela ONG americana Action for Democracy [Ação pela Democracia]. Os investigadores e serviços secretos vão apurar todas as circunstâncias das tentativas de intromissão estrangeira na vida política do país, mas já é óbvio que a conta se aproxima de milhões de dólares”, disse Zakharova.
De acordo com matéria da Hungary today, a fundação, criada pouco antes das eleições de fevereiro, tinha laços estreitos com o Conselho Europeu de Relações Exteriores (ECFR, na sigla em inglês). A mídia também sugere que a Action for Democracy está ligada ao bilionário húngaro George Soros, que financia a Open Society Foundations — uma rede internacional de filantropia que pode ser traduzida como Fundações de Sociedade Aberta—, banida pela Hungria há vários anos.
Zakharova também lembrou que a liderança da União Europeia (UE) também estava descontente com a postura independente de Budapeste, ameaçando a Hungria com multas e sanções, enquanto a chamava de “autocracia eleitoral” por se recusar a seguir as ordens de Bruxelas.
A Hungria se opôs firmemente às sanções da UE contra a Rússia. Budapeste advertiu repetidamente que a decisão de Bruxelas de enviar ajuda militar a Kiev em meio à operação militar especial russa e de impor sanções contra Moscou resultaria em um grande colapso econômico do bloco.
As sanções, apoiadas pelos EUA, Grã-Bretanha e UE, agravaram os problemas do mercado de combustíveis, resultando em uma grande crise de energia em toda a Europa, com inflação recorde e aumento vertiginoso do custo de vida.