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O multi-instrumentista e compositor Hermeto Pascoal morreu neste sábado (13), aos 89 anos, no Hospital Samaritano, no Rio de Janeiro. A notícia foi confirmada nas redes sociais do músico, que faleceu cercado pela família e por seus companheiros de música.
“Com serenidade e amor, comunicamos que Hermeto Pascoal fez sua passagem para o plano espiritual, cercado pela família e por companheiros de música”, diz a nota. A publicação ainda revela um detalhe tocante: “No exato momento da passagem, seu Grupo estava no palco, como ele gostaria: fazendo som e música”.
Conhecido como “o bruxo”, Hermeto foi um dos artistas mais inovadores da música brasileira. Autodidata, ele nasceu em Lagoa da Canoa, em Alagoas, e desde criança se aproximou dos sons da natureza, por ser albino e não poder trabalhar na roça. Ele começou a tocar acordeão aos 10 anos e ficou famoso por criar sons com objetos inusitados, como panelas, garrafas, brinquedos e até animais.
A obra de Hermeto, marcada pela improvisação e experimentação, ganhou reconhecimento internacional. O lendário músico de jazz Miles Davis o chamou de “o músico mais impressionante do mundo”.
Na década de 1960, ele se mudou para São Paulo, onde formou o Quarteto Novo, ao lado de Airto Moreira, Heraldo do Monte e Theo de Barros. A partir dos anos 1970, sua carreira decolou no exterior, quando foi aos Estados Unidos e gravou com Miles Davis. De volta ao Brasil, formou seu grupo fixo e lançou álbuns icônicos. Hermeto também participou de festivais internacionais e tocou com a cantora Elis Regina.
Ao longo de sua vida, Hermeto Pascoal recebeu diversos prêmios e homenagens, incluindo três Grammy Latino e títulos de doutor honoris causa. Sua última apresentação no Brasil foi em junho de 2025, no Circo Voador, no Rio, poucos dias antes de completar 89 anos.
Hermeto sempre rejeitou rótulos, definindo sua arte como “música universal”, uma fusão de jazz, frevo, baião, música clássica e popular brasileira. Ele deixa seis filhos, 13 netos e dez bisnetos. Seu legado é considerado um dos mais ricos e originais da história da música no Brasil.
Fonte: gazetabrasil