Moçambique realiza 1º embarque de GNL para a Europa em meio à crise energética


Moçambique enviou o seu primeiro carregamento de GNL para o mercado global, anunciou neste domingo (13), a gigante italiana de energia Eni.
De acordo com um comunicado, espera-se que o carregamento histórico, que se dirige diretamente para a Europa, “contribua de forma significativa para a segurança energética da Europa, também através da crescente diversificação de abastecimento, ao mesmo tempo que apoia uma transição justa e sustentável”.
A Agência Internacional de Energia (AIE) afirmou anteriormente que as sanções da União Europeia (UE) impostas em resposta à operação militar especial da Rússia na Ucrânia causaram escassez nos mercados de gás natural liquefeito da Europa e podem gerar “um inverno de incerteza sem precedentes no fornecimento”, sem descartar o fechamento total de gasodutos que abastecem o bloco.
Foto de arquivo: um trabalhador não identificado da Shell a bordo do navio de petróleo offshore Bonga, na costa da Nigéria, 26 de dezembro de 2011 - Sputnik Brasil, 1920, 18.04.2022

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Por sua parte, o presidente de Moçambique, Filipe Nyusi, saudou o primeiro carregamento de gás produzido na fábrica offshore Coral Sul, dizendo que Moçambique “entra para os anais da história mundial” como uma das nações exportadoras de GNL.
Nyusi acrescentou que o embarque foi o primeiro como parte de um contrato com a gigante de energia britânica British Petroleum (BP), mas não ofereceu detalhes sobre ele.
Mais cedo, a mídia informou que o navio patrocinador britânico entrou nas águas do norte de Moçambique no dia 16 de outubro, quase duas semanas depois que o cargueiro GNL Flutuante Coral Sul, operado pela Eni, começou a gerar o combustível super-resfriado.
A plataforma pode produzir 3,4 milhões de toneladas de combustível por ano, supostamente quase equivalente às importações anuais de GNL do Reino Unido. As reservas de Coral Sul são estimadas em 450 bilhões de metros cúbicos de gás. A produção de gás é realizada a partir de uma profundidade de 2.000 metros.
De acordo com as estimativas, Moçambique vai poder estar entre os dez maiores exportadores do mundo, uma vez que todas as reservas de gás sejam exploradas. O país africano depende fortemente dos recursos de gás natural em sua costa norte, que anteriormente eram estimados em US$ 120 bilhões (cerca de R$ 638 bilhões) em investimentos e deveriam revolucionar a economia do país.
As empresas, a francesa TotalEnergies e a norte-americana ExxonMobil, planejavam construir instalações de produção em terra no valor combinado de mais de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 106,3 bilhões). No entanto, ambos os projetos foram interrompidos devido a insurgências em Moçambique. De acordo com as últimas estimativas, o volume total de gás recuperável das áreas já exploradas é de 2 trilhões de metros cúbicos.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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