O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) realizou, na sexta-feira (24/1), em Brasília (DF), reunião com órgãos federais para debater as perspectivas climáticas para 2025 e o risco de incêndios florestais. O encontro é mais uma etapa dos trabalhos de prevenção às queimadas conduzidos pelo governo federal.
Representantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden) e Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (LASA/UFRJ) realizaram apresentações sobre o cenário meteorológico e hídrico e o perigo de fogo nos biomas brasileiros para os próximos meses, entre outros pontos. As informações subsidiarão a atuação do MMA e suas unidades vinculadas no controle do desmatamento e dos incêndios em 2025.
A ministra do Meio Ambiente e Mudança do Clima, Marina Silva, destacou a importância da colaboração entre os órgãos presentes à reunião, academia e sociedade civil para o enfrentamento às queimadas. “As informações serão extremamente importantes para o nosso processo de planejamento e de ação”, destacou Marina.
Os pesquisadores indicaram que o Hemisfério Sul está sob efeito do fenômeno La Niña, que normalmente resulta em maior quantidade de chuvas nas regiões Central e Norte do Brasil. No entanto, os dados indicam que, dessa vez, o fenômeno terá duração e intensidade menores do que a média. Por isso, não pode ser afastada a possibilidade de mais um ano com secas na Amazônia e Pantanal, ainda que potencialmente menos severas na comparação a 2024. As informações serão constantemente monitoradas nas próximas semanas e consolidados em nota técnica. Novas reuniões devem acontecer todos os meses para atualização do quadro.
Também participaram do encontro representantes da Casa Civil, Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Serviço Geológico do Brasil (SGB), entre outros órgãos federais e estaduais e cientistas, como o climatologista Carlos Nobre.
Ações de prevenção e combate aos incêndios
O governo federal conduz uma série de ações de prevenção e combate aos incêndios. O ano de 2025 se inicia com a Política Nacional de Manejo Integrado do Fogo já em funcionamento, garantindo o fortalecimento da articulação junto a estados e municípios, fator crucial para alcançar respostas mais céleres em relação às queimadas.
Criada pela Lei nº 14.944/2024, de julho de 2024, a política estabelece uma abordagem planejada e coordenada para que o fogo seja empregado de forma controlada e consciente, com o objetivo de prevenir e combater incêndios florestais, conservar ecossistemas e respeitar práticas tradicionais. É implementada em cooperação entre União, estados, municípios, sociedade civil e entidades privadas.
Sua governança é realizada pelo Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo (Comif), que já realizou oito reuniões desde que foi instalado pelo governo federal em 9 de outubro de 2024. Nos primeiros meses deste ano, o comitê deve regulamentar um conjunto de medidas que entrará em vigor já durante 2025, como a definição das regras para a elaboração dos planos de manejo integrado do fogo, centrais para a implementação da política.
O Centro Integrado Multiagência de Coordenação Operacional Federal (Ciman), colegiado federal que articula as ações operacionais de combate aos incêndios em todos os biomas, está continuamente mobilizado para monitorar o perigo de fogo e possíveis focos a serem atacados.
Na última semana, o Fundo Amazônia aprovou a destinação de R$ 45 milhões para fortalecer a estrutura do Corpo de Bombeiros Militar em Mato Grosso, o oitavo estado da Amazônia Legal a receber apoio para ações de prevenção e combate a incêndios florestais. Em 2024, já havia sido autorizado o fornecimento, pelo fundo, de cerca de R$ 280 milhões para os Corpos de Bombeiros do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Pará, Rondônia e Roraima. Ao todo, o fundo repassará R$ 405 milhões, em valores não reembolsáveis, aos nove estados da Amazônia Legal.
Também neste mês, o Ibama recebeu sete novas aeronaves para o enfrentamento aos ilícitos ambientais e incêndios florestais. A renovação da frota aumentará em 75% a capacidade de transporte de agentes e brigadistas e em 40% a quantidade de horas de voo por ano. Elevará, ainda, em 133% a capacidade de lançamento de água em comparação à frota anterior.
Fonte: gov.br