MMA debate perspectivas climáticas e risco de incêndios florestais para os próximos meses


O Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) realizou, na última quarta-feira (10/9), a quinta reunião com especialistas para debater as perspectivas climáticas e o risco de incêndios florestais em todos os biomas. Os dados mais recentes confirmam as análises das últimas reuniões e mostram que, em 2025, a seca e o risco de incêndios estão menos graves em relação ao ano anterior, sem interferência de El Niño e La Niña. 

As informações também apontam para um período histórico de déficit hídrico em grande parte da Amazônia e do Pantanal, o que torna a vegetação mais vulnerável à ocorrência de incêndios, ainda que com intensidade potencialmente menor que em 2024. 

As previsões indicam alto risco de incêndios nos próximos três meses na Amazônia e no Pantanal. No entanto, o baixo acúmulo de matéria orgânica este ano, em decorrência dos incêndios florestais do ano passado, somado com um clima mais ameno e as ações integradas com foco na prevenção, corroboram com uma tendência de redução nos incêndios. 

Os dados apresentados subsidiarão a atuação do MMA e suas unidades vinculadas no planejamento e implementação de ações de prevenção e combate de incêndios, em conjunto com estados, municípios e sociedade civil. 

As projeções meteorológica, hídrica e sobre os riscos de incêndios foram informadas pelos representantes do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), do Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais (Cemaden), da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais do Departamento de Meteorologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa/UFRJ). 

Participaram do diálogo representantes da Casa Civil, do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam), entre outros órgãos federais e estaduais, além de membros do Comitê Nacional de Manejo Integrado do Fogo (Comif) e do Centro Integrado Multi Agências de Ação Operacional Federal (Ciman Federal). 

Boletim do Fogo  

Desde agosto, o MMA divulga o Boletim do Fogo, publicação que reúne dados atualizados e informações sobre as ações de prevenção, preparação e controle de incêndios em vegetação. A iniciativa integra os esforços do governo federal para conservar a sociobiodiversidade e fortalecer a governança do fogo em todos os biomas. 

O documento, divulgado semanalmente sempre as sextas-feiras, apresenta informações sobre áreas de queima prescrita e controlada e as ações já implementadas pelo governo federal, em parceria com órgãos federais, estados, municípios, setor privado e sociedade civil, para reduzir a incidência e os danos causados pelos incêndios florestais. Há ainda dados sobre as áreas queimadas por bioma, estados, municípios, assentamentos, terras indígenas e unidades de conservação federais mais afetadas no período. Saiba mais aqui.   

Ações de prevenção e combate aos incêndios 

Confira as principais ações implementadas pelo governo federal para prevenir e combater os incêndios florestais na temporada de 2025: 

  • contratação do maior contingente de brigadistas federais da história, formado por 4385 profissionais – 2600 do Ibama e 1.785 do ICMBio, um aumento de 26% em relação ao ano de 2024. 

  • a infraestrutura para 2025 inclui sete novos helicópteros para uso do Ibama em ações de enfrentamento aos incêndios e desmatamento. A renovação da frota aumenta em 75% a capacidade de transporte de agentes e brigadistas, em 40% a quantidade de horas de voo por ano e em 133% a capacidade de lançamento de água. 

  • aprovação da resolução que define critérios técnicos para implementação de medidas de prevenção e preparação aos incêndios florestais em imóveis rurais. 

  • desde 2023, o Fundo Amazônia aprovou R$ 405 milhões para apoiar os Corpos de Bombeiros dos nove estados da Amazônia Legal na prevenção e combate a incêndios florestais. Destes, já foram contratados 370 milhões. São projetos no valor de R$ 45 milhões cada para Roraima, Amapá, Pará, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso e Tocantins e de aproximadamente R$ 21 milhões e R$ 34 milhões para Acre e Rondônia, respectivamente. 

  • pela primeira vez, o Fundo Amazônia apoiará também ações de prevenção e combate a incêndios em estados fora da Amazônia, como no Cerrado e Pantanal. Em julho, foram aprovados R$ 150 milhões para os Corpos de Bombeiros Militares e brigadas florestais de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Goiás, Bahia, Piauí e Distrito Federal. O projeto, de autoria do Ministério da Justiça e Segurança Pública, foi apresentado por meio de um trabalho interministerial. 

  • sanção da Lei 15.143/2025, que amplia a capacidade de respostas aos incêndios florestais, permite a transferência de recursos diretamente do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) para estados e municípios e garante mais agilidade na contratação de brigadistas, reduzindo o intervalo da sua recontratação para três meses. A lei permite ainda o uso de aeronaves estrangeiras em emergências ambientais. 

  • anúncio dos Planos de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas (PPCDs), pela primeira vez, para todos os biomas brasileiros, com estratégias específicas para a preservação ambiental em diferentes eixos até 2027 (acesse aqui); 

  • desde janeiro de 2025, o MMA realizou quatro reuniões com especialistas de órgãos públicos e universidades para avaliar a situação climática e previsões futuras, além de seu impacto sobre a ocorrência de grandes incêndios florestais de comportamento extremo; 

  • publicação de edital que prevê recursos no valor de R$ 32 milhões do Fundo Nacional do Meio Ambiente (FNMA) em conjunto com o Fundo de Defesa dos Direitos Difusos (FDD) para apoio a municípios prioritários na Amazônia e Pantanal na implementação de Planos Operativos de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais (junho de 2025); 

  • retomada da Sala de Situação Interministerial sobre Incêndios do governo federal, integrada por 10 ministérios e outros seis órgãos federais (maio e junho de 2025). O grupo se reúne de forma periódica para monitorar a evolução do quadro climático e sua repercussão sobre o risco de incêndios, bem como para apoios mútuos em ações de prevenção e combate; 

  • conclusão do Plano de Prevenção e Combate a Incêndios do Bioma Pantanal para a temporada deste ano, elaborado conjuntamente entre o governo federal e os estados que abrigam o bioma (maio de 2025). O plano para os nove estados da Amazônia Legal está em fase final de formulação; 

  • veiculação de campanha de prevenção e combate aos incêndios florestais criminosos na Amazônia Legal voltada ao Acre, Amapá, Amazonas, Mato Grosso, Pará e Roraima, estados que mais sofreram com os incêndios no último ano (abril de maio de 2025); 

  • publicação de portaria pelo MMA (nº1.327/2025) declarando emergência por risco de incêndios (março de 2025): aponta áreas vulneráveis a incêndios em todo o país e os períodos de maior risco para viabilizar a contratação emergencial de brigadistas federais e a atuação de estados e municípios.

  • Decreto n° 12.189, assinado pelo presidente Lula, que aumenta as punições por incêndios florestais no país. 

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Fonte: gov.br

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