A história de Elisabetta Socci tem um final infeliz, mas não é com tristeza que o marido quer lembrar a mulher, que morreu aos 36 anos, vítima de um câncer de mama.
Em entrevista ao jornal Ravenna Today, o italiano, Matteo Grotti, de 35 anos, explicou que quis tornar o caso público para ajudar quem passa pelo mesmo problema e para homenagear a corajosa mulher, que trata carinhosamente por Elisa.
“Aos 35 anos não devíamos passar pela morte da nossa esposa, criar uma filha sozinho e saber que ela nunca mais terá o carinho da mãe. Mas quero dizer àqueles que estão lutando contra a mesma guerra que não desistam. Lutem como Elisa fez. Podemos viver felizes mesmo na doença, tentando de vez em quando esquecê-la, sentir-nos bem e fazer coisas normais. Devemos pensar: Se calhar não vou conseguir fazer isto amanhã, então vou fazer hoje”, ressaltou Matteo.
Durante a mesma entrevista, o italiano contou que Elisabetta soube que tinha câncer em 2021, no mesmo dia em que estava grávida e que fazia 35 anos. Após descobrir um caroço na mama, fez uma biopsia. O resultado acabou revelando um tumor maligno. “O mundo caiu sobre nós naquele dia”, confessou.
Ainda no hospital, entre os primeiros exames que Elisa tinha que fazer para iniciar os tratamentos estava um teste de gravidez. Poucas horas depois, o resultado surpreendeu o casal: Positivo.
Naquele momento, contou Matteo, as emoções eram tantas e tão díspares. Depois de dois anos de tratamentos de fertilização, o que tanto desejavam chegava ao mesmo tempo que o diagnóstico de uma doença tão grave. Mas o casal não se deixou abater.
A gravidez prosseguiu entre operações, terapias e exames. Elisa não “vacilou num único momento”. “Ela estava convencida que a gravidez era a luz deste momento de escuridão”, recordou Matteo, acrescentando que, a mulher decidiu fazer tratamentos, ainda que parcialmente, na esperança de se curar.
No terceiro mês de gravidez, iniciou a quimioterapia, e aos 8 meses deu à luz uma menina saudável. Nessa mesma altura, fez uma mastectomia total. No entanto, um novo exame revelou que a doença tinha se espalhado e atingido o fígado. As notícias não eram as melhores, contudo, garantiu Matteo, Elisa manteve a esperança até aos últimos dias.
No dia 31 de julho, quando a filha tinha 10 meses, acabou por morrer.
Antes de terminar a entrevista, Matteo admitiu que não é fácil lidar com o luto e ao mesmo tempo cuidar da filha bebê, mas vai buscar forças às memórias que tem de Elisa e à coragem que esta sempre demonstrou.
“Vou contar à nossa filha como a mãe dela era especial. Sempre vivemos na esperança, porque podemos ser felizes e continuar a viver mesmo que o final seja mau. E ela fez isso, aproveitou sempre o o presente. Todos sabiam que ela estava doente, mas o que ela demonstrava era que a doença não era nada. A Elisa era uma guerreira”, concluiu.