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O jornalista Mino Carta, fundador e diretor de redação da Carta Capital, morreu nesta terça-feira (2), aos 91 anos. Ele estava internado há duas semanas na UTI do hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. A revista confirmou a informação em publicação no início da manhã.
“Há um ano, Mino lutava contra os problemas de saúde, em idas-e-vindas do hospital”, informou a Carta Capital.
Nascido em Gênova, na Itália, Mino Carta chegou ao Brasil após o fim da 2ª Guerra Mundial. O jornalismo fazia parte de sua tradição familiar: seu avô materno, Luigi Becherucci, foi diretor do jornal Caffaro, até ser afastado durante a perseguição do regime de Benito Mussolini. Seu pai, Giannino Carta, chegou a ser preso em 1944 por se opor ao fascismo, mas conseguiu fugir durante uma revolta de carcereiros.
Após a guerra, Giannino trouxe os filhos ao Brasil para assumir a direção da Folha de S. Paulo, mas ao desembarcar descobriu que o cargo já não existia.
A estreia de Mino no jornalismo ocorreu ainda adolescente, em 1950, quando o pai recebeu encomendas de artigos sobre a Copa do Mundo no Brasil de jornais italianos. Como não gostava de futebol, delegou a tarefa ao filho de 16 anos.
“Como pagavam bem, eu topei, pensando em mandar fazer um terno azul-marinho em um bom alfaiate, que eu tanto desejava para participar dignamente dos bailes de sábado. A partir daí, percebi que a felicidade não era tão cara e podia ser alcançada escrevendo”, contou Mino em entrevista de 2008.
Em 1956, abandonou o curso de Direito em São Paulo e voltou para a Itália, onde trabalhou na Gazetta del Popolo e como correspondente para os jornais brasileiros Diário de Notícias e Mundo Ilustrado. No retorno ao Brasil, seu pai assumiu a editoria internacional do Estado de S. Paulo, e Mino seguiu carreira no jornalismo.
Aos 27 anos, foi convidado por Victor Civita, fundador da Editora Abril, para dirigir a revista Quatro Rodas. Participou ainda da criação de publicações que se tornaram marcos do jornalismo brasileiro: Veja (1968), IstoÉ (1976) e, por fim, Carta Capital, em 1994. Também integrou a equipe que fundou o Jornal da Tarde, em 1966, e lançou o Jornal da República, em 1979, ao lado de Cláudio Abramo.
Fonte: gazetabrasil