Os preços futuros do milho operaram durante boa parte desta segunda-feira (12) no campo negativo da Bolsa Brasileira (B3), mas finalizaram o dia mais próximos da estabilidade, com pequenas elevações. As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 60,23 e R$ 68,20.
O vencimento setembro/24 era cotado à R$ 60,23 com ganho de 0,23%, o novembro/24 valeu R$ 63,63 com alta de e 0,05%, o janeiro/25 foi negociado por R$ 66,86 com elevação de 0,15% e o março/25 teve valor de R$ 68,20 com baixa de 0,19%.
De acordo com a análise da Agrivnest, os preços do milho na B3 tiveram influência positiva das altas registradas na Bolsa de Chicago, mas sofreram interferência negativa vinda da queda do dólar ante ao real nesta segunda-feira.
“Além disso, a queda acentuada nos preços da soja pode alterar a dinâmica da comercialização de grãos, tanto para produtores americanos quanto brasileiros, que podem optar por ofertar mais milho neste momento devido à baixa atratividade dos preços da soja. A relação entre soja e milho caiu consideravelmente, tornando o milho uma opção mais interessante para venda neste contexto”, acrescenta a consultoria.
Nesta segunda-feira (12), a Secretaria de Comércio Exterior (Secex) informou que o volume embarcado de milho não moído (exceto milho doce) até aqui em agosto alcançou 1.938.836,3 toneladas. O volume representa 20,7% do total exportado no mês de agosto do ano passado, que ficou em 9.363.475,8 toneladas.
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A média diária de embarques nestes primeiros 7 dias de agosto/24 ficou em 276.976,6 toneladas, representando queda de 32% com relação a média diária embarcadas de agosto do ano anterior, em ficou em 407.107,6 toneladas.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um dia de movimentações negativas. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas identificou desvalorizações em Palma Sola/SC, Sorriso/MT, Rio Verde/GO, São Gabriel do Oeste/MS, Eldorado/MS, Luís Eduardo Magalhães/BA e Cândido Mota/SP.
Confira como ficaram todas as cotações nesta segunda-feira
Ainda nesta segunda-feira, o Cepea divulgou sua nota semanal apontando que os preços do milho voltaram a cair em algumas regiões acompanhadas pelo Cepea.
“As quedas estiveram atreladas à retração de consumidores, atentos aos fundamentos internos e externos, principalmente de oferta elevada. No Brasil, a colheita da segunda safra caminha para reta final, enquanto nos Estados Unidos é a proximidade dos trabalhos de campo que pressionou os contratos na Bolsa de Chicago”, dizem os pesquisadores do Cepea.
O centro lembra ainda, que a baixa dos futuros e a desvalorização do dólar na última semana também reduziram a paridade de exportação, limitando os negócios nos portos. “Do lado dos vendedores, pesquisadores do Cepea explicam que parte já se mostrou mais flexível nas negociações, sobretudo a partir de quinta-feira, 8, seja para liberar os armazéns ou já para fazer caixa para a quitação das dívidas do final do mês. Outros, no entanto, apostam em recuperação de parte das quedas de preços registradas neste ano, após a finalização da colheita brasileira”.
Mercado Externo
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços internacionais do milho futuro começaram o pregão de segunda-feira no campo negativo, mas ganharam força após a divulgação dos números do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) e finalizaram o dia contabilizando avanços.
O vencimento setembro/24 foi cotado à US$ 3,83 com valorização de 6,50 pontos, o dezembro/24 valeu US$ 4,01 com elevação de 6,50 pontos, o março/25 foi negociado por US$ 4,19 com alta de 6,50 pontos e o maio/25 teve valor de US$ 4,30 com ganho de 6,50 pontos.
Esses índices representaram valorizações, com relação ao fechamento da última sexta-feira (09), de 1,73% para o setembro/24, de 1,65% para o dezembro/24, de 1,58% para o março/25 e de 1,53% para o maio/25.
A análise da Agrinvest destaca que os preços do milho subiram em Chicago nesta segunda-feira, indo na direção contrária dos preços da soja.
“Mesmo com o USDA elevando os rendimentos e a produção de milho 24/25 nos Estados Unidos, os estoques finais ficaram mais apertados devido ao aumento das estimativas de exportação americana. Esse fator trouxe suporte ao ativo, que também foi impulsionado pelos cortes na produção de milho na União Europeia e Leste Europeu”, explicam os analistas da consultoria.
Fonte: noticiasagricolas