A sexta-feira (23) chega ao final com os preços futuros do milho recuando na Bolsa Brasileira (B3). As principais cotações flutuaram na faixa entre R$ 60,23 e R$ 68,74, mas ainda conseguiram encerrar a semana acumulando movimentações positivas.
O vencimento setembro/24 foi cotado à R$ 60,23 com queda de 0,41%, o novembro/24 valeu R$ 63,15 com perda 0,32%, o janeiro/25 foi negociado por R$ 66,00 com baixa de 0,26% e o março/25 teve valor de R$ 68,74 com desvalorização da 0,39%.
No acumulado semanal, os contratos do cereal brasileiro registraram ganhos de 1,12% para o setembro/24, de 0,27% para o novembro/24, de 0,26% para o janeiro/25 e de 0,94% para o março/25, em relação ao fechamento da última sexta-feira (16).
Roberto Carlos Rafael da Germinar Corretora, aponta que as movimentações dos preços do milho no Brasil estão muito atreladas à flutuação do dólar ante ao real, uma vez que a taxa de câmbio influência diretamente nos valores de exportação dos portos.
O analista destaca que as exportações melhoraram em julho, mas ainda ficaram abaixo do esperado. Já para agosto, os embarques devem ficar entre 6 e 7 milhões de toneladas, entre 2 e 3 milhões menores do que o mesmo mês de 2023.
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Com potencial de acumular 14 milhões de toneladas exportadas de fevereiro a agosto, o país teria que embarcar cerca de 5,5 milhões de toneladas nos meses restantes do ciclo para chegar em 40 milhões de toneladas, volume que ainda seria insuficiente para enxugar os estoques na conta do Rafael.
No mercado físico brasileiro, o preço da saca de milho teve um último dia da semana positivo. O levantamento realizado pela equipe do Notícias Agrícolas encontrou desvalorização somente em São Gabriel do Oeste/MS e percebeu valorização em Pato Branco/PR, Palma Sola/SC, Sorriso/MT, Jataí/GO, Rio Verde/GO, Maracaju/MS, Campo Grande/MS e Machado/MG.
Confira como ficaram todas as cotações nesta sexta-feira
De acordo com a análise da SAFRAS & Mercado, o mercado brasileiro de milho teve uma semana de preços mais altos no balanço em grande parte das praças de comercialização. “Embora o ritmo de negócios tenha seguido travado em algumas regiões no mercado interno, uma boa movimentação nos portos para exportação e a oferta limitada garantiram suporte às cotações”.
“Nesta última semana o mercado permaneceu com postura retraída tanto de consumidores como dos produtores, o que limita o avanço de negócios. As atenções seguem voltadas para o câmbio, para os movimentos dos futuros do milho (Bolsa de Chicago) e para a paridade de exportação firme. Os consumidores sinalizam tranquilidade em relação a abastecimento no momento, mas com a colheita da safrinha terminando reduz-se a disponibilidade e as cotações reagem a isso”, diz a Consultoria.
Mercado Externo
Na Bolsa de Chicago (CBOT), os preços internacionais do milho futuro finalizaram as movimentações desta sexta-feira contabilizando recuos no pregão e acumulando perdas semanais.
O vencimento setembro/24 foi cotado à US$ 3,67 com desvalorização de 3,75 pontos, o dezembro/24 valia US$ 3,91 com perda de 2,50 pontos, o março/25 foi negociado por US$ 4,09 com baixa de 2,00 pontos e o maio/25 teve valor de US$ 4,20 com queda de 1,50 pontos.
Esses índices representaram perdas, com relação ao fechamento da última quinta-feira (22), de 1,01% para o setembro/23, de 0,64% para o dezembro/24, de 0,49% para o março/25 e de 0,36% para o maio/25.
No acumulado semanal, os contratos semanais do cereal norte-americano contabilizaram perdas de 0,74% para o setembro/24, de 0,38% para o dezembro/24, de 0,36% para o março/25 e de 0,41% para o maio/25, com relação ao fechamento da última sexta-feira (16).
Segundo informações do site internacional Farm Futures, os preços do milho caíram mais 0,5% a 1% na sexta-feira, com os traders voltando seu foco para ver uma produção quase recorde que o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) atualmente estima que excederá 15,1 bilhões de bushels.
“Isso levou a uma rodada de vendas técnicas que viu os futuros de setembro caírem 3,75 centavos para US$ 3,6775 e os futuros de dezembro caírem 2,25 centavos para US$ 3,9125”, destaca a publicação.
A análise da Agrinvest ainda ressalta que os preços do milho acompanharam os futuros do trigo em baixa, que continuam pressionados devido à agressividade na oferta de trigo no Mar Negro.
Fonte: noticiasagricolas