Mídia sérvia: como resultado de confronto com Rússia, Europa está ‘morrendo’


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Conforme o jornal, de mãos dadas com a realidade alarmante do aumento da inflação espalhada por todo o continente europeu, entra um processo sociopsicológico complicado. “De maneira silenciosa e astuta”, a sociedade europeia fica cada vez mais cheia de medo e desespero. Os cidadãos europeus começam pouco a pouco a duvidar dos fundamentos da “Torre de Babel”, debaixo da qual têm vivido até agora.

“Muitos até dizem que está sendo posta em questão a própria existência da União Europeia“, diz a publicação.

Segundo o colunista, hoje em dia a Europa não tem nem uma filosofia, uma religião ou uma arte próprias. O imperialismo e a industrialização padrão são “os marcadores principais da transição cultural da civilização europeia moderna”.
“O que virá depois do colapso do Ocidente? Novas culturas e novas raças. Quais e de onde?”, indaga o autor.
Primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, durante reunião com o presidente belarusso, Aleksandr Lukashenko, em Minsk, Belarus, 5 de junho de 2020 - Sputnik Brasil, 1920, 23.07.2022

Algum dia, os principais líderes europeus, tais como Tony Blair, afirmaram que “o século XXI será um século da eurocentralização” e que “a União Europeia se tornará uma comunidade-líder do século“.
“Contudo, hoje, depois de 24 de fevereiro, se torna cada vez mais óbvio que se realizará a previsão de [historiador e filósofo alemão Oswald] Spengler”, salienta-se.
Assim, Spengler opinava que em algum ponto do Leste Asiático nasceria uma nova cultura criativa, para substituir a Europa esgotada.
“A Europa encontra-se em uma encruzilhada, e toda a ordem e o sistema de valores criados após a Segunda Guerra Mundial estão postos em questão. Antes de mais nada, é o mérito das elites políticas europeias”, enfatiza o autor.
Bandeiras da União Europeia e da Ucrânia fora da sede do Conselho Europeu em Bruxelas, Bélgica, 16 de maio de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 29.08.2022

Nas palavras do primeiro-ministro húngaro Viktor Orbán, ao ter imposto sanções contra a Rússia, a Europa “atirou nos próprios pulmões”, afirmando que “a Europa levou os seus próprios cidadãos ao estado mais difícil nos últimos 70 anos”. O autor cita dados, de acordo com os quais a inflação nos países da UE bateu um recorde, ao ter alcançado 8,6% (e isso é 0,3% mais do que no mês passado). Na Bélgica, Estônia, Grécia, Espanha, Chipre, Lituânia, Letônia, Países Baixos e Eslováquia a inflação chegou a superar dois dígitos.

“A coisa mais paradoxal é o fato de os apoiadores de uma histeria antirrussa, os chamados ‘falcões’, como a Lituânia, Estônia e Letônia, registram uma inflação de mais de 20%, pagando de tal maneira pelo confronto irracional e aberto com a Rússia”, salienta-se.

As políticas da “greve de fome”, bastante duvidosas, foram evidenciadas no apelo do presidente polonês Andrzej Duda para os países do Ocidente mudarem a sua abordagem em relação à Rússia e desmontarem o gasoduto Nord Stream 2. Ao mesmo tempo, Duda não falou nada sobre a desmontagem do gasoduto Yamal que atravessa o território da própria Polônia.
“São os seus cidadãos que pagam por isso [pelas políticas irracionais], ao pagar contas enormes de eletricidade, água quente, gás, aquecimento e comida.”
O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz (E), fala com o presidente da França, Emmanuel Macron, no início da segunda sessão plenária da cúpula da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) no centro de congressos Ifema em Madri, 29 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 29.08.2022

Tudo isso, segundo a mídia sérvia, está ocasionando agravamento de incerteza, desigualdade, medo e desconfiança em relação à elite política europeia governante.
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