Mídia: promotor do TPI decidiu emitir mandados de prisão em vez de estudar crimes de guerra em Gaza


Karim Khan, promotor do Tribunal Penal Internacional (TPI), optou em 20 de maio por uma solicitação de mandados de prisão para os líderes de Israel e do Hamas envolvidos no conflito de Gaza em lugar de uma missão para coletar provas na região, contaram à agência britânica Reuters oito fontes.
O tribunal estava preparado para reunir a partir de 27 de maio provas de crimes de guerra na Faixa de Gaza, Jerusalém e na cidade de Ramallah, na Cisjordânia, e oferecer aos líderes israelenses a primeira oportunidade de apresentar sua posição e qualquer ação que estivessem tomando para responder às alegações de crimes de guerra, mas a decisão de Khan acabou com os planos apoiados por Washington e Londres, que planejam impedir ações de processo contra os líderes israelenses, continua a Reuters.
As fontes explicaram que os problemas ocorreram nos preparativos para novos indiciamentos de suspeitos em Darfur, no Sudão, e na apreensão de fugitivos. Duas das fontes disseram que uma operação para deter um suspeito, que se recusaram a descrever em detalhe, não foi adiante como planejado devido à perda de apoio fundamental dos EUA. Todas as fontes expressaram preocupação com a possibilidade de a ação do promotor prejudicar a cooperação em outras investigações em andamento.
Prédio do Tribunal Penal Internacional (TPI), em Haia, Países Baixos, em 9 de novembro de 2018 - Sputnik Brasil, 1920, 04.06.2024

As passagens aéreas e as reuniões entre oficiais de alto escalão do tribunal e de Israel foram canceladas com apenas algumas horas de antecedência, deixando alguns membros da equipe de Khan sem saber o que fazer, de acordo com sete fontes relacionadas com o assunto.
Khan vinha trabalhando há três anos para melhorar as relações com os Estados Unidos, que não é membro do tribunal. O promotor teria pedido a Washington que ajudasse a pressionar seu aliado Israel, que também não é membro do tribunal, para permitir o acesso de sua equipe.
O gabinete de Khan argumentou à Reuters que a decisão de buscar mandados foi, igual à sua abordagem em todos os casos, baseada em uma avaliação de que havia provas suficientes para prosseguir, e na visão de que buscar mandados de prisão imediatamente poderia impedir crimes em andamento.
Sua decisão prejudicou a cooperação operacional com os EUA e irritou o Reino Unido, um membro fundador do TPI, de acordo com as fontes, apesar de um funcionário sênior do Departamento de Estado dos EUA afirmar que Washington continua trabalhando com o tribunal em suas investigações na Ucrânia e no Sudão. No entanto, a ação repentina de Khan atraiu o apoio de alguns países, com a Bélgica, a Espanha, a França e a Suíça emitindo declarações endossando a decisão de Khan.
Tanto os EUA como o Reino Unido afirmam que o TPI não tem jurisdição sobre Israel e que a busca de mandados não ajudaria a resolver o conflito, enquanto várias organizações e países do Sul Global veem a resposta militar israelense aos ataques violentos do Hamas em 7 de outubro de 2023 como altamente desproporcional, e exigem um cessar-fogo. A África do Sul, inclusive, entrou com um processo contra Israel, que condena por genocídio do povo palestino.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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