As declarações foram feitas à TV Globo, após uma reunião virtual que discutiu a crise no Equador com 14 países da Comunidade de Polícias da América (Ameripol), organização fundada no ano passado para estruturar a cooperação entre polícias de países da América.
Secretário-executivo da associação, ele ofereceu treinamento em investigações e ferramentas tecnológicas voltadas ao rastreio e apreensão de bens e recursos financeiros de quadrilhas, com o objetivo de descapitalizar os criminosos e dificultar suas atividades ilegais.
Também foram oferecidos treinamentos e equipamentos para identificação de presidiários, com uso de recursos de biometria.
Rodrigues informou ainda que as propostas serão reunidas pela Ameripol e encaminhadas amanhã às autoridades do Equador.
“Tudo aquilo o que pudermos atuar sem interferir, obviamente – porque não é papel da Polícia Federal atuar como polícia judiciária em outro país, mas em apoio à polícia nacional do Equador – nós faremos”, declarou.
Personalidade jurídica internacional, a Ameripol serve como mecanismo de cooperação e troca de informações entre a polícia e as forças de segurança dos países das Américas.
A principal tarefa da nova comunidade policial é manter a coordenação das forças de segurança pública dos países participantes na prevenção, investigação e combate aos crimes transnacionais, diz o texto do tratado.
A organização facilitará a cooperação policial internacional por meio da troca de informações, consultas e investigações conjuntas, com sede na capital da Colômbia, Bogotá.
Crise no Equador
No dia 7 de janeiro, o líder da gangue Los Choneros, Adolfo Macías, ‘o Fito’, fugiu da Penitenciária do Litoral, onde cumpria uma pena de 34 anos de prisão por tráfico de drogas e homicídio.
A fuga do criminoso levou a ações do governo equatoriano. Como resposta, ocorreram explosões nas ruas e acontecimentos violentos, como o assassinato de dois policiais e o incêndio de carros, além da retenção de agentes penitenciários nos presídios.
Em meio a escalada da violência, o governo Noboa estabeleceu em outro decreto executivo, estado de emergência por 60 dias, no qual as Forças Armadas e a Polícia Nacional terão apoio para poder neutralizar os grupos considerados terroristas.
Nesta semana também foi denunciada a fuga de Fabricio Colón Pico de outra prisão equatoriana. Capitão Pico, como é conhecido, é ligado à facção criminosa Los Lobos, a quem a procuradora-geral do Estado, Diana Salazar Méndez, acusou de participar de um plano para assassiná-la.
Entre os acontecimentos violentos relatados nos últimos dias estão o incêndio de carros, a retenção de agentes penitenciários nos presídios e as detonações nas ruas. De acordo com os últimos acontecimentos, membros de gangues criminosas dentro das prisões se opõem à transferência para outras prisões.
Atualmente, 125 funcionários do Corpo de Segurança e Vigilância Penitenciária e 14 funcionários administrativos são feitos reféns, o que soma 139 pessoas nessa condição, segundo informações do Serviço Nacional de Atenção Integral a Adultos Privados de Liberdade (SNAI).
O presidente equatoriano Daniel Noboa afirmou que o país sairá vitorioso do conflito armado interno que vive nos últimos dias, ao enviar uma mensagem à nação na quarta-feira (10).
Fonte: sputniknewsbrasil