Membros das forças de segurança de Israel estão alertando os radicais e colonos sobre a localização dos caminhões que transportam suprimentos vitais para o enclave, permitindo aos grupos bloquear e vandalizar os comboios, segundo o jornal britânico.
A alegação de conluio por parte de membros das forças de segurança é apoiada por mensagens de grupos internos na Internet analisadas pela mídia, bem como por relatos de várias testemunhas e ativistas dos direitos humanos.
Em uma dessas mensagens, ativistas de extrema direita alertaram aos membros de que receberiam “informações preliminares sobre o planejamento da movimentação de caminhões, dos soldados e da polícia dos postos de fronteira”.
Na semana passada, vídeos publicados nas redes mostraram comboios bloqueados e vandalizados por colonos israelenses no posto de controle de Tarqumiya, a oeste de Hebron, na Cisjordânia ocupada por Israel.
Ultranationalist Israeli settlers attacked an aid convoy headed for the Gaza Strip at the Tarqumiya checkpoint in the Occupied West Bank.
Nearly the entire population of the Palestinian territory is experiencing starvation. pic.twitter.com/5Ht9Pf5GV1
— Hamdah Salhut (@hamdahsalhut) May 13, 2024
A porta-voz do grupo israelense Tzav 9, Rachel Touitou, disse que o grupo vinha bloqueando caminhões enquanto atravessavam Israel desde janeiro, alegando que a ajuda que transportavam “foi sequestrada pelo Hamas” assim que chegou ao enclave palestino.
“Quando a missão de um policial ou de um soldado é supostamente proteger os israelenses e, em vez disso, ele é enviado para proteger comboios de ajuda humanitária – sabendo que isso acabará nas mãos do Hamas – não podemos culpá-los ou aos civis que notam os caminhões passando por suas cidades por fornecerem informações a grupos que tentam bloquear essa ajuda. Sim, algumas das nossas informações vêm de membros individuais das forças israelenses“, disse Touitou à mídia.
Os caminhoneiros palestinos que entregam ajuda a Gaza descreveram ao jornal cenas “bárbaras” depois dos seus veículos terem sido atacados, alegando que os soldados israelenses que escoltavam o comboio nada fizeram para intervir.
“Há total cooperação entre os colonos e o Exército. Estamos chocados e surpresos que o Exército não nos tenha fornecido qualquer tipo de proteção. Mesmo estando presentes e observando o que estava acontecendo. O Exército estava a serviço dos colonos”, afirmou o caminhoneiro Yazid al-Zoubi, de 26 anos, ao jornal.
A advogada israelense de direitos humanos, Sapir Sluzker Amran, disse à mídia que na semana passada visitou o posto de controle de Tarqumiya para documentar as ações dos colonos e evitar que a ajuda fosse saqueada, mas em seguida foi espancada e esbofeteada por um colono e que as forças de segurança não fizeram nada para impedir.
A fome é iminente no norte de Gaza, onde 70% da população já sofre com níveis catastróficos de fome, afirmou um relatório apoiado pela Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado em 5 de março.
Todos os 2,2 milhões de pessoas no enclave não têm comida suficiente, e metade da população está à beira da fome, a qual deve aumentar no norte “a qualquer momento entre meados de março e maio de 2024”.
A fome aguda e a desnutrição já “excederam em muito” o limiar da fome no norte de Gaza alerta para uma “grande aceleração da morte e da desnutrição”, afirmou o documento, citado pela CNN.

Acompanhe as notícias que a grande mídia não mostra!
Fonte: sputniknewsbrasil