De acordo com o Financial Times (FT), o Estado do Golfo está reavaliando seu papel de mediador entre Israel e o Hamas para garantir um cessar-fogo e a libertação dos reféns detidos em Gaza, dizendo que os esforços de Doha estão sendo minados por políticos com “interesses limitados”.
Segundo a apuração do FT, na noite de quarta-feira (17), depois que o congressista dos EUA, Steny Hoyer (democrata por Maryland), disse que o Hamas estava usando o Catar para exigir maiores concessões de Israel, o primeiro-ministro do Catar, Mohammed bin Abdulrahman al-Thani, disse que “lamentava a exploração política” da diplomacia de Doha por alguns políticos que estavam “comercializando as suas campanhas eleitorais através da difamação do papel do Catar” durante o processo de negociação.
Juntamente com os EUA e o Egito, o Catar tem desempenhado um papel crítico na mediação entre Israel e o Hamas desde o ataque do movimento islâmico a Israel, em 7 de outubro, que desencadeou na declaração de guerra de Tel Aviv.
O Catar — um dos mais importantes aliados árabes dos EUA, acolhe o gabinete político do Hamas desde 2012 — afirma trabalhar em esforços diplomáticos para garantir um acordo mais alargado que permita a troca de reféns e prisioneiros para pôr fim à guerra, mas as disparidades entre Israel e o Hamas têm bloqueado a concretização de tal objetivo.
A mais recente rodada de conversações sobre reféns fracassou, com Israel e os EUA culpando o Hamas por rejeitar a última proposta enquanto o Hamas aponta que Israel não está disposto a ceder em nada, tampouco se importa com as vidas perdidas durante o conflito.
Em novembro, Doha ajudou a mediar um acordo que levou a uma pausa humanitária de uma semana no conflito, durante a qual mais de 100 dos cerca de 250 reféns capturados pelo Hamas foram libertados. Em troca, Israel libertou 240 mulheres e crianças palestinas detidas em suas prisões e permitiu a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza, completamente sitiada pelo Estado judeu, onde mais de 33.700 pessoas foram mortas, segundo autoridades palestinas.
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Fonte: sputniknewsbrasil