Mídia: casos de assédio sexual sobem nas Forças Armadas dos EUA, culpa é da redução de exigências


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Os registros de abuso sexual nas Forças Armadas dos EUA aumentaram 13% em 2021 em comparação com 2020, escreve na quinta-feira (1º) a agência norte-americana Associated Press (AP).
Segundo os militares, em 2018 houve cerca de 20.000 pessoas que se queixaram do problema, mas em 2021 esse número subiu para quase 36.000, principalmente devido a casos no Exército, que aumentaram quase 26% só no ano passado. Esse também é o maior aumento do ramo desde 2013.
Karen Kwiatkowski, ex-analista do Departamento de Defesa (DoD, na sigla em inglês) dos EUA, aponta uma redução de exigências em praticamente todos os ramos militares pelos menos nos últimos dez anos, relativamente ao nível suficiente de inglês, diplomas de ensino médio, condições médicas e até mesmo antecedentes criminais.
Kwiatkowski sublinha que não só tais características tornam difícil o treinamento de soldados, mas que os próprios altos responsáveis podem estar promovendo ou aceitando uma cultura de abuso, fazendo com que tanto homens como mulheres sintam dificuldades em fazer uma queixa, pelo menos até serem transferidos para um outro lugar.
“Francamente, qualquer pessoa que esteja pensando em entrar para o Exército dos EUA deve entender que o sistema não vai cuidar de você neste aspecto – há riscos conhecidos e deve se proteger nesta área, inclusive ter um plano consciente para lidar imediatamente com agressões ou assédio sexuais sempre que você se deparar ou passar por isso, o que precisa ser o trabalho número um para todos”, sublinhou Kwiatkowski.
A especialista vê os programas de promoção da diversidade como satisfazendo principalmente um “bloco de votantes democratas médios”, que “é usado para criar divisões e alienar, promovendo uma cultura de superiores e inferiores, e não de iguais”.
Paraquedistas do Exército dos EUA no aeroporto militar de Labouilhi em Agadir, Marrocos, 21 de junho de 2022 - Sputnik Brasil, 1920, 26.06.2022

Sobre os recentes programas para combater o problema, Karen Kwiatkowski os vê como úteis como uma experiência social, mas acha que isso reduz a “prontidão, treinamento, moral e coesão das unidades” a curto prazo, devido a ser difícil “treinar um soldado que possa ter sucesso em ser excepcionalmente violento caso seja necessário, mas sendo de resto gentil, atencioso e bondoso para todos”.
Para a ex-analista do DoD, a solução fundamental para o problema do crime sexual e da má conduta dentro das Forças Armadas dos EUA é “respeitar os limites e valorizar o indivíduo”, mas advertindo que tal exige grande caráter e liderança excepcional a todos os níveis.
Os recentes números de abusos sexuais devem “certamente irar os legisladores no Capitólio”, prevê a AP.
Nos anos recentes, as Forças Armadas dos EUA têm relatado, além de casos de assassinato, suicídio e abuso sexual, problemas de recrutamento insuficiente.
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