Segundo apuração da Folha de S.Paulo, Jair Bolsonaro planeja manter sua candidatura ao Palácio do Planalto em 2026 e pressionar movimentos de rua e aliados internacionais, mesmo após ser denunciado pela Procuradoria Geral da República (PGR) por liderar uma trama golpista no país.
A estratégia de Bolsonaro visa preservar seu capital político enquanto ministros do STF se preparam para julgá-lo ainda neste ano, evitando contaminação nas próximas eleições presidenciais.
Após a derrubada de sigilo dos depoimentos do tenente-coronel Mauro Cid, pelo ministro Alexandre de Moraes, os detalhes das acusações contra Bolsonaro foram expostos publicamente complicando a vida do ex-presidente que foi acusado, junto com outras 33 pessoas, pelo procurador-geral da República, Paulo Gonet, por crimes como tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito e golpe de Estado.
Bolsonaro pretende manter sua candidatura até o último momento, temendo que passar o bastão para outro nome enfraqueça suas chances de reverter uma possível prisão e inelegibilidade até 2030.
Depois de se reunir com deputados na casa do líder da oposição, Coronel Zucco (PL), em Brasília, onde houve um alinhamento do discurso político com o da defesa técnica, Bolsonaro conseguiu articular seu grupo de parlamentares com um “Manifesto em Defesa da Democracia e da Liberdade no Brasil” que acusa o poder público de “matar” Bolsonaro politicamente.
Ainda na reunião, foi articulado um ato para o dia 16 de março, em Copacabana no Rio de Janeiro, que inicialmente pediria pelo impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, mas que devido às atuais circunstâncias, terá foco em anistia para os presos pelo 8 de janeiro e “Fora, Lula” na eleição do ano que vem.
A liberação do conteúdo da delação de Mauro Cid se tornou um novo foco de desgaste para o campo bolsonarista, com a descrição de novos detalhes sobre a trama golpista.
Ainda segundo a apuração, apesar do rápido avanço das investigações, da denúncia e da perspectiva de julgamento ainda neste ano, o cálculo da direita leva em conta hoje apenas fatores políticos. Aliados do ex-presidente dizem que é possível, por exemplo, que o julgamento acabe sendo postergado, diante de um clima social desfavorável à prisão, caso a aprovação de Lula continue em queda.
Fonte: sputniknewsbrasil