Contrabandistas de armas na segunda maior cidade da Suécia, Gothenburg, receberam pedidos para adquirir armas da Ucrânia, para vender a gangues criminosas no país nórdico, informou a mídia sueca.
“Por que um lançador de granadas não seria interessante para um grupo criminoso na Suécia?”, pergunta retoricamente Jesper Liedholm, especialista em contrabando de armas na alfândega sueca em uma entrevista com a mídia do país.
Ele expressou temores de que as armas mais poderosas a que os criminosos tiveram acesso na Suécia até agora possam ser contrabandeadas e que praticamente qualquer tipo de arma fornecida à Ucrânia como ajuda ocidental possa ser vendida.
Nils Duquet, especialista internacional em contrabando de armas no Instituto de Investigação para a Paz da Flandres, em Bruxelas, salientou que os países europeus têm de estar preparados para um aumento das armas contrabandeadas na sequência do conflito armado no Leste Europeu, e que as armas do mercado negro podem acabar no mundo do crime.
Líderes políticos russos e funcionários da Interpol alertaram há meses que muitas armas enviadas para a Ucrânia provavelmente entrarão no mercado negro e acabarão nas mãos de criminosos organizados na Europa e outros continentes.
Até agora, no entanto, os governos ocidentais não deram ouvidos a esse conselho e continuam a inundar a Ucrânia com todos os tipos de armas e equipamentos. As armas da Ucrânia já apareceram em muitos países, da Finlândia à região do Sahel na África e nações ao redor da bacia do Chade.
A Suécia vem enfrentando problemas com a violência de gangues nas últimas duas décadas, e o problema vem ganhando força nos últimos anos. Disputas internas da máfia, tráfico de drogas e uma redistribuição violenta de poder no submundo foram apontados como um fator comum por trás dos múltiplos tiroteios e explosões do país.
Essa violência entre gangues é alimentada por um grande influxo de armas do exterior. O Serviço Aduaneiro sueco estimou que aproximadamente três armas de fogo são contrabandeadas no país nórdico todos os dias, e que os contrabandistas muitas vezes usam maneiras engenhosas para escondê-las, por exemplo, em pães.
Fonte: sputniknewsbrasil