A Folha de S.Paulo teve acesso a mensagens que, segundo o texto, “revelam um fluxo fora do rito envolvendo os dois tribunais [Tribunal Superior Eleitoral e Supremo Tribunal Federal], tendo o órgão de combate à desinformação do TSE sido utilizado para investigar e abastecer um inquérito de outro tribunal, o STF”, em assuntos relacionados ou não com a eleição de 2022.
Com o acesso às conversas obtidas pelo jornal, o texto diz que o setor de combate à desinformação do TSE teria sido como um “braço investigativo do gabinete do ministro no Supremo”.
As mensagens apresentadas no decorrer da reportagem são trocadas por assessores de Moraes no STF e pelo então chefe da Assessoria Especial de Enfrentamento à Desinformação (AEED) do TSE.
Segundo a Folha, as mensagens revelam pedidos de “relatórios específicos contra aliados de [Jair] Bolsonaro” feitos pelo assessor do STF de modo informal, ou seja, via WhatsApp, ao funcionário do TSE. “Esses documentos eram enviados da Justiça Eleitoral para o inquérito das fake news, no STF”, diz o texto.
A reportagem menciona solicitações extraoficiais feitas pelo gabinete de Moraes. Ao mesmo tempo, relata que nos casos que teve acesso, nenhum deles constava informação oficial sobre os referidos relatórios terem sido produzidos a pedido do ministro ou de seu gabinete.
De acordo com a reportagem, Moraes e o juiz assessor foram procurados pela assessoria do STF, informados sobre o teor da reportagem e não responderam. O então chefe da AEED, por sua vez, disse que não se manifestaria, mas ressaltou: “[…] cumpria todas as ordens que me eram dadas e não me recordo de ter cometido qualquer ilegalidade.”
O inquérito das fake news foi instaurado pelo STF em 2019 por ordem do então presidente do tribunal, Dias Toffoli, em meio a uma escalada de ameaças aos ministros e ao próprio STF.
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Fonte: sputniknewsbrasil