Sandra Nascimento é dona do tabuleiro de acarajé @viiixemainha em Salvador, na Bahia. Ela é uma das 30 finalistas da primeira edição do “Meu Negócio É Meu País”, um projeto gratuito de Kuat em parceria com a Aliança Empreendedora para potencializar o empreendedorismo feminino no país.
No último dia 12, ela se uniu a outras 29 finalistas do programa no Centro Histórico de Salvador para acompanhar a análise do impacto que o projeto teve em pequenos negócios da capital baiana e da região metropolitana da cidade.
“O projeto me ajudou a conquistar clientes e trouxe também ideias como a de formar combos, como o de refrigerante com o acarajé”, diz a empreendedora. “Hoje, consigo até guardar dinheiro e, mais do que apoio financeiro, o projeto mudou a percepção que eu tenho de mim mesma”, disse Sandra sobre o negócio que hoje garante o sustento de sua família.
O impacto do Meu Negócio É Meu País
Meu Negócio É Meu País contou com 600 empreendedoras baianas do ramo de alimentação e, de acordo com a pesquisa feita pela Aliança Empreendedora, o programa contribuiu significativamente para que 90% delas aprendessem a analisar os custos e estabelecer o preço de seus trabalhos e produtos, enquanto 93% se dizem motivadas a organizar as finanças do negócio, e 85% puderam desenvolver suas habilidades de gestão financeira.
“Tivemos o privilégio de conhecer histórias de protagonistas que transformaram suas origens, suas identidades e suas lutas em sonhos concretizados. Sonhos que já tinham tudo para se tornar realidade e que demos apenas um empurrãozinho”, reforçou Katielle Haffner, head de Relações Corporativas e ESG da Coca-Cola Brasil.
O levantamento dos resultados dessa primeira etapa do projeto mostrou ainda que o programa ajudou a desenvolver em 89% das participantes a habilidade de ter segurança para tomar decisões em seu próprio negócio.
“Isso é realmente importante, porque dá às empreendedoras a coragem de sair em busca de soluções por elas mesmas e experimentar diferentes possibilidades para o avanço de seus negócios”, afirma Marina Paula Egg Batista, da Aliança Empreendedora. “É ainda mais significativo quando olhamos para a pesquisa qualitativa, que mostra de maneira unânime que as mulheres frequentemente têm sua confiança na capacidade de empreender abalada.”
Para Fernanda Raizama, diretora regional da Solar Coca-Cola, o Meu Negócio É Meu País também contribui para que esses negócios se tornem cada vez mais sustentáveis. “Como líder, defendo que as pessoas precisam assumir o protagonismo da mudança que elas querem no mundo, e as empreendedoras baianas ligadas a esse projeto têm feito isso, ocupando espaços, movimentando a economia, e promovendo uma transformação positiva da sociedade.”
O encontro das finalistas
O almoço com as empreendedoras em Salvador também contou com a presença da influenciadora Maíra Azevedo, a Tia Má. “Historicamente, nós, mulheres negras, somos empreendedoras natas, porque precisamos nos reinventar sempre para conquistar nossas vagas no mercado de trabalho”, reforçou a jornalista ao subir ao palco. “Empreender para as mulheres pretas é resistir.”
Fernanda Raizama concordou com Tia Má. “Elas aprendem com a gente, mas aprendemos também com a potência delas. O apoio financeiro, a capacitação e o conhecimento adquiridos são o maior patrimônio que elas poderiam conquistar. E isso elas nunca vão perder”, disse a diretora.
Na Bahia, o programa Meu Negócio É Meu País foi lançado em julho de 2022 e alcançou as cidades de Camaçari, Candeias, Dias d’Ávila, Itaparica, Lauro de Freitas, Madre de Deus, Mata de São João, Pojuca, Salvador, Simões Filho, São Francisco do Conde, São Sebastião do Passé e Vera Cruz.
A segunda etapa do programa acontece agora na cidade pernambucana de Caruaru. Com os resultados alcançados, Kuat planeja dar continuidade à iniciativa em 2024, ampliando para outras regiões brasileiras e mantendo as etapas de inscrição, capacitação online, aceleração com assessoria individual para as 30 selecionadas para a fase final, além de prêmio em dinheiro para impulsionar o negócio delas.
“Nós acreditamos que as mulheres têm o poder de transformar não só a própria vida mas também a de outras pessoas. Sabemos que são agentes de mudanças em suas comunidades e enfrentam diversos desafios. Temos consciência de que o empreendedorismo nem sempre começa como um sonho tranquilo, mas como uma alternativa para quem precisa”, finalisa Katielle, a head de Relações Corporativas e ESG da Coca-Cola Brasil.
Fonte: exame