Mercedes-Benz aposta em caminhão elétrico e estuda flex com diesel e etanol


O IAA Transportation, maior feira de veículos pesados do mundo que acontece anualmente em Hannover (Alemanha), mostrou que a eletrificação não é tendência apenas entre os automóveis. Enquanto algumas marcas já têm propostas prontas para o futuro, outras já lançaram, ou vão lançar, modelos elétricos. Esse é o caso, por exemplo, da Mercedes-Benz.

A feira marcou o lançamento comercial do eActros 600. Nada menos que um caminhão de 22 toneladas equipado com três motores elétricos que, segundo a fabricante, é uma alternativa de peso – literalmente – aos modelos a diesel. E o motivo é simples.

A Mercedes promete que, após percorrer cerca de 1,2 milhão de quilômetros ao longo de 10 anos – estimativa de quanto os caminhões a diesel circulam -, o elétrico ainda conseguirá entregar uma maior vida útil com 80% da integridade original da bateria. Ou seja, promete maior autonomia e durabilidade.

Fato é que falar em futuro é relativo. Por isso, outros assuntos também chamaram bastante atenção na edição de 2024 do IAA. Um deles é a quantidade de modelos movidos a células de hidrogênio. Nos estandes, caminhões com cinco e até 12 cilindros de gás acoplados na carroceria. Mas, também existe uma outra questão crucial. Com essas alternativas, como fica o diesel?

Bom, essa resposta é complicada e pode até sofrer reviravoltas. Entretanto, para a Mercedes, o diesel ainda estará presente por um bom tempo. Durante coletiva exclusiva para jornalistas brasileiros, Karin Radström, CEO global da Mercedes-Benz Trucks, afirmou que o combustível ainda é uma peça fundamental no setor de pesados e que é necessário ser realista em relação ao mercado.

Karin ainda chegou a dizer que o hidrogênio será um pilar forte e que a fabricante alemã estuda cada vez mais o uso de células de combustível. Em complemento, o vice-presidente da Mercedes-Benz Caminhões do Brasil, Jefferson Ferrarez, disse que, nacionalmente, o hidrogênio vai fazer mais sentido (em relação aos elétricos) em trajetos mais longos, até por autonomia e infraestrutura.

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Seja como for, o que mais chamou a atenção nessa roda de perguntas e respostas foi que, quando questionada sobre a possibilidade do uso de etanol, matéria-prima abundante no Brasil, Karin comentou que a Mercedes analisa o uso do combustível. Entretanto, reforçou que existe uma questão de “não disponibilizar a força que o caminhão precisa para entregar o melhor desempenho”.

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Aqui, vale uma explicação sobre eficiência térmica que, em outras palavras, é o aproveitamento da energia gerada pelo combustível para provocar a explosão no motor. No caso do etanol, o aproveitamento fica na casa dos 30%. Já no diesel, em torno de 43%. Ou seja, o combustível derivado da cana-de-açúcar entrega uma eficiência térmica menor.

Além disso, a taxa de compressão, que revela quantas vezes é necessária a compressão do ar e do combustível para explodir nos cilindros, também é diferente. Enquanto no etanol funciona em 14:1, no diesel funciona em 18:1. Portanto, é necessário encontrar um equilíbrio entre os dois, o que pode diminuir o desempenho e até mesmo o consumo.

Em contrapartida, a CEO constatou que, embora a combinação entre diesel e etanol possa ser uma boa alternativa futura, “tudo está ainda em uma zona de estudo e não temos uma conclusão sobre o assunto no momento”, finalizou. Dessa forma, não há qualquer tipo de previsão.

Por mais estranho que possa parecer, a combinação de diesel e etanol em um mesmo motor é possível, sendo objeto de estudos há anos, inclusive no Brasil. Além da utilização de uma mistura entre os combustíveis, é possível incluir uma mistura de etanol no óleo ou adaptar motores que rodam em ciclo diesel para receber o derivado da cana-de-açúcar.

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Fonte: direitonews

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