Depois de um período de ‘seca’ neste ano no mercado de capitais nacional, bancos de investimento começam a se organizar para uma temporada pródiga de ofertas iniciais de ações (IPO, na sigla em inglês), que podem corresponder a 40 operações em 2023 – com potencial de movimentar um montante de R$ 60 bilhões a R$ 70 bilhões, numa estimativa conservadora – o que incluiria ofertas subsequentes (as chamadas follow-ons), além de posteriores vendas de lotes de participação de companhias na bolsa (“block trade”, no jargão econômico da área).
Pela projeção mais otimista – em que pese os efeitos fiscais decorrentes da aprovação recente da PEC da Transição pelo Senado – os investidores admitem que os IPO poderão atingir um total de R$ 100 bilhões, previsão condicionada à reversão’ da curva de alta de juros pelo Banco Central (BC), como também à melhoria do cenário externo, que enfrenta recessão, inflação e conflito militar (na Ucrânia).
O primeiro IPO do ano que vem deverá ser o da CTG, uma das maiores geradoras de energia elétrica do país, listada na B3 (B3BSA3) e que, nesta semana, protocolou prospecto preliminar na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) tendo em vista abrir o capital no Brasil, com previsão de captar R$ 4 bilhões com a oferta pública de ações, em janeiro próximo.
A operação seria listada no Novo Mercado (segmento da B3 que demanda medidas mais rigorosas de governança corporativa) mediante oferta 100% primária, o que significa que os recursos captados devem ir diretamente para o caixa da CTG Brasil.
Em consequência, a participação da holding CTG Corporation (que detém a totalidade do capital da subsidiário brasileira) seria diluída. A coordenação da oferta deverá ser feita pelo grupo formado pelos bancos Citi (líder), BTG Pactual, Itaú BBA, Bank of America e Bradesco BBI.
Fonte: capitalist