O mercado doméstico do arroz segue apresentando cotações sob pressão. “Isto é reflexo de uma liquidez mínima e de projeções de uma nova safra robusta, estimada em aproximadamente 11,587 milhões de toneladas, um crescimento significativo de mais de 12% em comparação à safra anterior”, relata o analista e consultor de Safras & Mercado, Evandro Oliveira.
No entanto, o cenário é marcado por desafios regionais, principalmente no Rio Grande do Sul, maior estado produtor. A área semeada no estado alcançou 97% do estimado, segundo a Emater/RS, mas a Depressão Central enfrenta sérias dificuldades devido aos impactos das enchentes de maio. Quase 40 mil hectares permanecem sem plantio, comprometendo as projeções mais otimistas.
“Apesar dos esforços, como o uso intensivo de semeadura aérea e aumento de horas de trabalho, o encerramento da área semeada no estado deve se limitar entre 940 e 950 mil hectares, abaixo do inicialmente esperado”, pondera Oliveira.
O impacto climático, aliado a dificuldades na sistematização dos terrenos devido à erosão, é um fator limitante para a conclusão do plantio dentro do período ideal do zoneamento climático. Apesar disso, as recentes chuvas contribuíram para elevar os níveis de umidade do solo, favorecendo as áreas já plantadas.
Outro ponto de destaque é a forte desvalorização do real frente ao dólar. “A moeda norte-americana vai se estabelecendo acima do impressionante patamar de R$ 6,00, servindo ao menos para limitar o movimento de queda do arroz”, frisa o analista.
A recente disparada da moeda norte-americana mantém o arroz brasileiro mais competitivo no mercado internacional, reduzindo a diferença em relação ao produto norte-americano, que ainda tem boa vantagem logística.
Em relação aos preços, a média da saca de arroz no Rio Grande do Sul (58/62% de grãos inteiros e pagamento à vista) encerrou a quinta-feira (12) cotada a R$ 101,07, recuo de 1,09% em relação à semana anterior. Em comparação ao mesmo período do mês passado, havia uma queda de 13,05%. E de 9,78% quando comparado ao mesmo período de 2023.
Fonte: noticiasagricolas