Um dos principais assuntos nos noticiários ao redor do mundo na última semana foi a fervorosa homenagem recebida por um veterano nazista ucraniano no Parlamento canadense. Yaroslav Hunka, de 98 anos, foi aplaudido de pé por toda a Câmara dos Comuns do Canadá, na presença do primeiro-ministro, Justin Trudeau, e do presidente ucraniano, Vladimir Zelensky.
No mesmo dia, veio à tona a informação de que Hunka lutou nas fileiras da 14ª Divisão de Granadeiros Waffen da SS alemã nazista, na Galícia ucraniana, durante a Segunda Guerra Mundial. A questão gerou indignação e perplexidade global, em especial em comunidades judaicas.
Porém, segundo um artigo do jornal The Times of Israel, nos Estados Unidos, na Filadélfia, Pensilvânia, ocorre uma controvérsia envolvendo a mesma divisão nazista. Grupos da comunidade judaica local vêm protestando contra um memorial dedicado à 14ª Divisão de Granadeiros Waffen da SS, localizado no cemitério católico St. Mary’s, no subúrbio de Elkins Park.
O memorial à divisão nazista não é o único em território americano. Em Detroit, em Michigan, no subúrbio de Warren, há outro memorial dedicado à 14ª Divisão de Granadeiros Waffen da SS. Porém, neste caso, há um silêncio da comunidade judaica local em torno do memorial.
Os dois memoriais e o histórico de Hunka na divisão nazista foram expostos pelo jornalista Lev Golinkin, que escreve para o portal judaico Forward. Ele afirma que, no caso de Warren, o memorial à divisão nazista, que fica em uma área privada, em princípio pode não ter sido intencional. Isso porque o memorial não é dedicado à divisão, mas a veteranos ucranianos e americanos de ascendência ucraniana. O nome da divisão nazista aparece como patrocinadora do memorial.
“Há uma diferença entre homenagear um regimento genocida ou dizer que os seus veteranos financiaram um memorial aos veteranos ucranianos”, disse Golinkin.
Porém ele classifica como vergonhoso o silêncio da comunidade judaica local em relação ao memorial.
“É surpreendente que, em meio a uma onda global de supremacia branca e distorção do Holocausto, as organizações judaicas em Detroit optem por permanecer em silêncio sobre um monumento às SS na sua cidade”, disse o escritor.
O prefeito de Warren, James Fouts, diz que não há possibilidade de a cidade apoiar uma homenagem do tipo. Porém ele diz que não há nada que possa fazer em relação ao memorial.
“Creio que não há nada que possamos fazer em relação a um memorial localizado em uma propriedade privada”, disse Fouts.
Fonte: sputniknewsbrasil