“É uma tarefa desafiadora. Neste ano estamos com a presidência do G20, que realiza uma quantidade gigantesca de reuniões. No ano que vem, teremos a COP 30 [30ª Conferência da Organização das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas] e a presidência do BRICS. Portanto, dois importantíssimos eventos de repercussão mundial”, disse o ministro Mauro Vieira à Sputnik Brasil. “Mas, para nós, o BRICS é um grupo importante de coordenação, de troca de informações e conhecimentos. É um grupo de países em desenvolvimento que querem marcar seu lugar no mundo.”
“São países engajados na reforma da governança global e na construção de formas novas e criativas de relacionamento entre os países”, considerou o ministro Vieira. “Os países do BRICS […] são favoráveis à reforma das Nações Unidas, das instituições financeiras internacionais […] e da Organização Mundial do Comércio [OMC] — uma organização fundamental, que está paralisada há muitos anos.”
“Na minha opinião, é normal que no ambiente do BRICS se trate dos conflitos que, no presente, são objeto de preocupação para todos os países-membros. Esses são dois temas sobre os quais todos os membros temos posições muito parecidas”, disse Vieira.
Expansão ritmada
“Neste momento estamos justamente nessa discussão, e hoje será um dia importante para isso. Na minha opinião, a expansão acrescentou valor e deu destaque ao grupo”, disse o ministro. “Acho que a importância é discutir como e de que forma se dará a próxima expansão: se serão países parceiros, como uma categoria intermediária até chegar a membros plenos. Mas isso deve ser feito, sem dúvida, com vagar e com tempo para analisar e considerar quais posições tomar.”
Rumo a 2025
“Além da concertação política, que já está sendo feita, daremos importância para mais dois outros temas: aprofundar os estudos com vistas ao pagamento de comércio entre o bloco em moedas locais […] e dar um impulso cada vez maior ao Banco do BRICS”, revelou o chanceler.
“Estamos preparando a nossa presidência do BRICS em um ano que será denso e desafiador, com muitas iniciativas no campo diplomático multilateral. […] Mas eu estou muito otimista. Acredito que da reunião de hoje sairão resultados, iniciativas e sugestões fundamentais para enfrentarmos as dificuldades do mundo moderno, que não são poucas”, concluiu o chanceler brasileiro.

Fonte: sputniknewsbrasil