MELHORES E MAIORES 50 anos: com 9 títulos, Votorantim segue firme para a construção do crescimento


Osvaldo Ayres Filho tinha acabado de ingressar na Votorantim Cimentos quando a companhia foi capa da edição de MELHORES E MAIORES em 2000. Premiada, a Votorantim Cimentos tinha a missão de, literalmente, fornecer o concreto para colocar de pé as obras que iriam construir o novo Brasil. O país, enfim, engatava a rota do crescimento. Naquele ano, o PIB brasileiro alcançaria 4,4%, o maior patamar desde o Plano Real, em 1994 e seria sucedido por oito de expansão. A mudança também ocorria da porta para dentro da Votorantim Cimentos, que passava por uma sucessão em seu alto comando. Hoje, 23 anos depois, é Ayres Filho que, como CEO, conduz a constante evolução da companhia de 87 anos e 13 mil funcionários. “Aquela capa, que dizia que Votorantim era feita para durar, traduz a perenidade do nosso negócio” afirmou o executivo em entrevista à EXAME. Três anos depois daquela capa de 2000, em 2003, a Votorantim Cimentos voltaria a ser como a melhor empresa dos 30 anos de MELHORES E MAIORES. Outro gigante do grupo Votorantim, a Companhia Brasileira de Alumínios (CBA) foi vencedora do MELHORES E MAIORES de 1983. Ao todo, o grupo Votorantim ostenta nove títulos entre gerais e por setor, sendo o maior vencedor da categoria Indústria da Construção, com cinco títulos. A companhia, por sinal, esteve presente desde a primeira edição do MELHORES E MAIORES, em 1974, quando venceu na categoria Minerais Não Metálicos.

A posição de destaque no mercado de material de construção foi mantida por todos esses anos no Brasil. Mas a Votorantim Cimentos foi além das fronteiras para garantir o crescimento contínuo e sustentável. Cimento, concreto e argamassas continuam como peças fundamentais no planejamento estratégico da companhia. Mas, os atuais negócios da Votorantim Cimentos vão muito além, tanto nas fronteiras como nos negócios. São 11 os países de atuação da empresa, com 40% da receita atrelada a moedas fortes, como o euro e o dólar. A diversificação de portfólio também se fez presente, com as frentes de soluções agrícolas e de logística ganhando relevância dentro da empresa. “Perenidade e transformação fazem parte do nosso DNA”, afirmou Ayres Filho. Essas novas áreas, segundo o executivo, atuam de forma independente, ainda que sob o mesmo guarda-chuva da Votorantim Cimentos. 

A busca constante por inovação e resiliência, contou o CEO, é o que mantém a Votorantim relevante por tanto tempo. Pitadas de ousadia também fazem parte do sucesso da companhia, sendo que parte do recente crescimento é atribuído à postura da companhia no mercado de fusões e aquisições. A expansão geográfica teve início em 2001, um ano após a empresa ser capa da EXAME, e não parou mais. Somente nos últimos 24 meses, foram mais de R$ 1 bilhão investidos entre fusões e aquisições. Somente nos últimos dez anos, as receitas da Votorantim Cimentos mais do que dobraram, passando de R$ 9,5 bilhões, em 2012, para R$ 25,8 bilhões, em 2022. Esse faturamento segue crescendo em 2023. com alta de 9,5% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. Da receita bruta de R$ 14,8 bilhões nos seis primeiros meses do ano, 40,8% foi com clientes de fora do Brasil. 

Apesar dos números crescentes, a expansão pela expansão não faz parte dos planos da Votorantim Cimentos, que, cada vez mais, tem tornado a sustentabilidade uma peça central de seu modelo de negócios. Nos balanços, os gastos com meio ambiente tem saído da linha das provisões para a de investimentos. As obras em andamento em meio ambiente e segurança encerraram o último trimestre com saldo de R$ 97,46 milhões e as provisões com perdas ambientais em R$ 6,4 milhões, cerca da metade das previstas em 2013. A meta, afirmou Ayres Filho, é descarbonizar todas as operações da companhia até 2030. “Queremos ser protagonistas nessa agenda”. Mas o executivo quer ir além e se tornar parte da solução. Para isso, a Votorantim tem expandido suas operações para a área de serviços ambientais. “Revisitamos nossa visão de longo prazo, o que abriu novos caminhos e áreas de negócio, com desenvolvimento de produtos e serviços para atender essa evolução da sociedade. Nós nos definimos hoje como uma empresa de material de construção e soluções sustentáveis”, afirmou.

A criação da marca Verdera, em 2019, foi um dos passos relevantes na entrada da Votorantim no mercado de serviços ambientais por meio do gerenciamento de resíduos. Mais recentemente, a Votorantim lançou a Motz, em 2021, que conecta motoristas autônomos com empresas que precisam realizar o transporte de cargas. No primeiro semestre, a Motz gerou ao grupo Votorantim um lucro líquido de R$ 20 milhões, A diversificação de receita e do segmento de atuação, disse Ayres Filho, terá continuidade nos próximos anos, seja de forma orgânica ou inorgânica. “Estamos jogando no ataque, mas sempre com prudência e disciplina financeira”, disse o CEO.

Fonte: exame

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