De acordo com Medvedev, a suspensão da participação da Rússia no Tratado Novo START é uma decisão necessária, motivada pela guerra declarada pelos EUA e outros países da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) contra a Rússia.
“Ontem [21] houve o discurso do presidente da Rússia à Assembleia Federal que, entre outras coisas, anunciou a suspensão de nossa participação no Novo START. Uma decisão amadurecida, cuja inevitabilidade apontei no ano passado, decisão que foi motivada pela guerra declarada pelos EUA e outros países da OTAN ao nosso país”, escreveu o vice-presidente do Conselho de Segurança em seu canal no Telegram.
Ele acrescentou também que os Estados Unidos cometem um erro grave ao incentivarem o conflito armado.
“Um erro nascido de sua mania das grandezas, de seu senso de superioridade e impunidade. Afinal, é óbvio para todas as forças sensatas que, se os EUA querem derrotar a Rússia, estamos à beira de um conflito mundial”, apontou Medvedev.
Ele também observou que os tratados anteriores sobre armas nucleares entre os EUA e a Rússia (URSS) não levaram em conta as forças nucleares combinadas dos outros países-membros da OTAN – o Reino Unido e a França.
O vice-presidente não deixou de lado o discurso do presidente dos EUA, Joe Biden, na Polônia, dizendo que foi mais “um sermão tradicional ao estilo messiânico estadunidense, ajustado para a senilidade”.
“Amontoou muitas palavras elevadas sobre como é importante defender a democracia e que os EUA não iriam atacar a Rússia. Parecia desonesto e ridículo. Quem é que este idoso esquisito é, falando com um olhar confuso da Polônia?”, escreveu Medvedev.
No final de seu post, o vice-presidente do Conselho de Segurança indicou a condição para o fim do conflito na Ucrânia.
“Se a Rússia parar a operação sem alcançar a vitória – a Rússia deixará de existir, será rasgada em pedaços. Se os EUA pararem de fornecer armas ao regime de Kiev – o conflito terminará”, escreveu.
Na terça-feira (21) o presidente russo, Vladimir Putin, anunciou a decisão de suspender a participação no Tratado de Redução de Armas Estratégicas (Novo START) durante seu discurso anual à Assembleia Federal, enfatizando que a Rússia não está se retirando completamente do tratado.
O acordo START prevê que cada lado reduza seus arsenais nucleares de tal maneira que em sete anos, e no futuro, o número total desses armamentos não ultrapasse 700 mísseis balísticos intercontinentais (ICBM, na sigla em inglês), 1.550 ogivas e 800 sistemas de lançamento implantados e não implantados.
Fonte: sputniknewsbrasil