Uma das cenas mais clichês em quase todos os filmes sobre o Batman é quando o “homem-morcego” anda de cabeça para baixo com seu carro altamente preparado para combater o crime: o “batmóvel”. Tal ato, que desafia as leis da gravidade, parece enfim ser viável na vida real graças a um carro esportivo chamado McMurtry Spéirling.
Trata-se de um protótipo esportivo do tipo monoposto (para apenas um ocupante), de teto fechado e com motorização elétrica, criado pela startup britânica McMurtry Automotive em 2021. O nome do modelo, Spéirling, significa “tempestade” em irlandês — idioma nativo do fundador da companhia, David McMurtry.
Com dois motores elétricos, um sobre cada eixo, o McMurtry Spéirling tem pouco mais de 1.000 cv de potência. Suas baterias não são tão grandes: 60 kWh. Entretanto, devido à altíssima eficiência aerodinâmica, o esportivo alcança 483 km de autonomia no ciclo europeu WLTP. A arquitetura elétrica com 800 Volts de tensão permite recargas ultrarrápidas de até 600 kW.
Além de composto por carenagens curvadas de alta eficiência aerodinâmica, muitos difusores, aletas e um enorme aerofólio traseiro, o Spéirling é dotado da chamada “aerodinâmica ativa”, pois conta com dois ventiladores no assoalho que “sugam” o ar e geram o chamado efeito solo, “grudando” o carro ao chão. A pressão aerodinâmica exercida pelo sistema equivale a 2 toneladas.
Por isso, além de uma aceleração de 0 a 100 km/h em pouco menos de 1,6 segundo, mais rápido do que um carro de Fórmula 1, o Spéirling é capaz de suportar uma força lateral de cerca de 3G em um contorno de curva. Sua velocidade máxima é de 298 km/h.
Todo este conjunto ajudou o monoposto a quebrar o recorde do percurso de subida de montanha do famoso Festival de Goodwood (Reino Unido), em 2022, completando o trajeto de 1,87 km de extensão em apenas 39,08 segundos. Na ocasião, o esportivo era conduzido pelo ex-piloto de F1 Max Chilton.
Lembra da dupla de ventiladores que mencionamos? É este elemento o grande responsável por fazer o Spéirling conseguir andar de cabeça para baixo. E quem comprovou isso foi o sócio e diretor administrativo da McMurtry Automotive, Thomas Yates, em um teste de demonstração feito na sede da companhia, na cidade britânica de Gloucestershire. Você pode assistir ao experimento no vídeo abaixo:
No experimento, o Spéirling é colocado em uma plataforma giratória e é possível perceber quando os ventiladores — que geram um ruído de 120 decibéis — são ligados. O barulho se assemelha ao de turbinas de avião.
A plataforma, então, gira em 180 graus e deixa o carro de cabeça para baixo. A pressão aerodinâmica de 2 toneladas gerada pelos ventiladores ligados assegura que o protótipo não “desgrude” da superfície. Yates, então, acelera o bólido de cabeça para baixo por alguns metros, comprovando que ele é mesmo capaz de rodar nessas condições.
Achou que só você era capaz de realizar tal proeza, Batman?
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Fonte: direitonews
