O filme “Marte Um”, do mineiro Gabriel Martins, foi escolhido para representar o Brasil na disputa pelo Oscar 2023 na categoria de melhor filme internacional.
A Academia Brasileira de Cinema e Artes Audiovisuais, responsável pela seleção, chegou à decisão na manhã desta segunda-feira. O longa-metragem concorria com “A Mãe”, “A Viagem de Pedro”, “Carvão”, “Pacificado” e “Paloma”.
Exibido no Festival Sundance e premiado em Gramado, “Marte Um” conta a história de um menino negro em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, cujo pai trabalha como porteiro e a mãe como doméstica, que cultiva o sonho de virar astronauta da Nasa.
A narrativa começa com a eleição de 2018 e segue, no subtexto, os anos de Jair Bolsonaro no poder, refletindo sobre as possibilidades de futuro para o Brasil.
O longa é a estreia na direção de Martins, cineasta negro ligado à produtora mineira Filmes de Plástico, uma das mais artisticamente relevantes do país hoje, responsável por obras como “Temporada” e “No Coração do Mundo”.
O Oscar, que acontece em março e tem os finalistas anunciados em fevereiro, recebe apenas uma indicação de cada país não anglófono para brigar na categoria de filme internacional.
No ano passado, o escolhido foi “Deserto Particular”, de Aly Muritiba, que seguiu uma longa história de esnobadas no Brasil na categoria -a última vez que o país apareceu na lista foi com “Central do Brasil”, em 1999.
O cinema brasileiro, contudo, já deu as caras em outras categorias, como melhor direção, com “Cidade de Deus”, melhor animação, com “O Menino e o Mundo”, e melhor documentário, com “Democracia em Vertigem”.