Qual a importância da energia nuclear para o Brasil?
“Esse ‘valoroso’ vai para todo o pessoal da área que trabalha incansavelmente para conquistar coisas sobre as quais ninguém fornece informação e que realmente fazem muito bem para o Brasil, com grande evolução e um arraste tecnológico monstruoso. Esse desenvolvimento da área nuclear acaba servindo para outras coisas, tanto na área médica quanto mecânica e industrial. O que vem das pesquisas nucleares é uma lista imensa”, resume o especialista.
Como o Brasil enriquece urânio?
“Tudo foi desenvolvido de forma autônoma [pela Marinha e por institutos de pesquisa], e isso é uma conquista fantástica [deter a tecnologia], que eu comparo com o domínio tecnológico da prospecção de produção de petróleo em águas profundas ou da indústria aeronáutica, que fez o Brasil ter a terceira maior montadora [de aviões comerciais do mundo], que é a Embraer”, defende.
O que o Brasil faz com o urânio?
“É um absurdo completo, totalmente despropositado. Para você ter uma ideia, as usinas hoje estão sendo construídas no máximo de cinco a seis anos, no mesmo patamar. Todo o custo aumenta muito, o saco de cimento que se comprava há 40 anos deve ter triplicado. O Brasil precisa selecionar projetos estratégicos para o seu desenvolvimento e tocar isso sem atrasar um minuto, seja na liberação de recursos, seja na realização das obras, seja no compromisso técnico das empresas”, argumenta.
Quando vai ficar pronto o submarino nuclear brasileiro?
“Um submarino convencional consegue operar na velocidade de patrulha por até dois dias, dependendo do modelo. Ninguém vai detectá-lo, mas se usar a velocidade máxima para perseguir um alvo, a bateria vai durar duas horas. Ele é ótimo para fazer a defesa perto de um porto, por exemplo […], mas para realizá-la em profundidade ou mais distante [da costa], leva muita desvantagem em relação ao nuclear”, exemplifica.
Submarino nuclear brasileiro: o boicote internacional
“Está sendo feito o reator protótipo e, vamos assim dizer, é dominada a tecnologia, mas às vezes componentes precisam ser importados. Não por não termos capacidade no Brasil, mas ninguém vai fazer uma fábrica de válvulas, por exemplo, para atender a uma demanda pequena. E nisso vem o problema e a pressão dos países centrais, que não vão disponibilizar esses componentes”, declara.
“São narrativas para impedir transferência de tecnologia e que outros países consigam desenvolver a tecnologia. Mas o Brasil, insisto, tem capacidade demonstrada de desenvolvimento tecnológico em diversas áreas; nessa também conseguiu um avanço, mas pressões internacionais sempre existirão.”
Fonte: sputniknewsbrasil