Em meio à chegada de fabricantes chinesas ao Brasil, um levantamento da consultoria suíça UBS Group revela que as marcas ocidentais vão perder força em todo o mundo. A estimativa é que 33% de todos os carros vendidos no planeta em meados de 2030 sejam produzidos na China.
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Os dados da UBS Group são divulgados em um momento de ascensão das marcas chinesas. O mercado brasileiro, por exemplo, viu a chegada de fabricantes tradicionais por lá, como a BYD, Great Wall Motors e Seres, além do crescimento das vendas da Caoa Chery.
A análise mostra que fabricantes ocidentais mantinham em torno de 81% da participação global em 2022. Por volta de 2030, este mix deve cair para 58%, segundo a UBS Group.
A Tesla será a exceção entre as fabricantes do Ocidente. A UBS projeta que a marca de Elon Musk deve aumentar sua participação global de 2% para 8% em 2030.
A fabricante americana, porém, deve ser ultrapassada pela chinesa BYD, que vai dobrar sua participação de mercado até o fim da década.
Recém-chegada ao segmento de automóveis no Brasil, a BYD tem algumas vantagens sobre a Tesla. A UBS diz que 75% dos componentes de seus carros elétricos são produzidos por ela mesma na China, proporcionando uma vantagem de custo de 25% sobre as marcas norte-americanas e europeias.
Dessa forma, os carros da BYD serão ainda mais baratos no futuro. A tendência é que o baixo custo impulsione a procura e aumente as vendas até o fim da década.
A rentabilidade dos BYD também é um dos motivos da ascensão meteórica que a marca terá nos próximos sete anos. Menos de 10% dos componentes do elétrico Seal são fabricados por outras marcas fora da China, permitindo que a BYD tenha controle total de sua cadeia produtiva.
BYD Seal: preço, equipamentos, motor, autonomia e ficha técnica
A expansão global da BYD também passa pela abertura de novas fábricas pelo mundo. A mais recente está no Brasil, mais especificamente em Camaçari (BA), onde a Ford operou entre 1999 e 2021.
Conforme apurado por Autoesporte, a BYD considera a fábrica da Bahia como essencial para a expansão da marca no mundo. Por isso, a unidade é vista como uma espécie de vitrine não apenas para produção e venda na região, mas também como compromisso de produção sustentável com uso de matrizes energéticas limpas.
A expansão da Tesla e de marcas chinesas na Europa vai causar o encolhimento da participação das marcas locais. David Lesne, analista da UBS, sugere que Volkswagen e Renault serão as mais afetadas.
A participação da Renault no mercado europeu deve diminuir dos 10% atuais para 7% em 2030. Apesar das investidas da Volkswagen para acelerar o desempenho de carros elétricos, a capacidade produtiva ainda se encontra aquém das expectativas iniciais.
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Fonte: direitonews