Mapa de rádio revela 95% da Via Láctea com detalhes inéditos (IMAGEM)


A Via Láctea, embora visível como uma faixa luminosa no céu noturno composta por incontáveis estrelas, revela uma complexidade muito maior quando observada por meio de ondas de rádio. Essa abordagem permite enxergar partículas carregadas e campos magnéticos invisíveis à luz comum, oferecendo uma perspectiva mais rica da galáxia.
Radiotelescópios têm sido usados há décadas para estudar a Via Láctea. Ao analisar os objetos que a compõem, os astrônomos conseguem entender melhor sua estrutura, evolução e composição. Um estudo recente publicado nas Publicações da Sociedade Astronômica da Austrália traz novas informações sobre o plano galáctico.

© Foto / Silvia Mantovanini (ICRAR/Curtin) & the GLEAM-X TeamUm novo retrato em rádio do centro da Via Láctea, visto pelo Murchison Widefield Array. A galáxia é representada em cores de rádio, onde o laranja denota as frequências mais baixas, o verde as frequências intermediárias e o azul as mais altas

Um novo retrato em rádio do centro da Via Láctea, visto pelo Murchison Widefield Array. A galáxia é representada em cores de rádio, onde o laranja denota as frequências mais baixas, o verde as frequências intermediárias e o azul as mais altas - Sputnik Brasil, 1920, 30.10.2025

Um novo retrato em rádio do centro da Via Láctea, visto pelo Murchison Widefield Array. A galáxia é representada em cores de rádio, onde o laranja denota as frequências mais baixas, o verde as frequências intermediárias e o azul as mais altas
Para mapear o céu em ondas de rádio, os pesquisadores utilizaram o Murchison Widefield Array, um radiotelescópio australiano com 4.096 antenas espalhadas por quilômetros. Entre 2013 e 2015, esse conjunto foi usado no levantamento GLEAM, que observou o céu do Hemisfério Sul em diversas frequências de rádio.
O GLEAM permitiu criar o primeiro mapa de “cores de rádio” do céu, revelando o brilho difuso do disco galáctico, milhares de galáxias distantes e regiões de nascimento e morte estelar. Em 2018, o telescópio foi aprimorado, dando origem ao levantamento GLEAM-X, com maior resolução e sensibilidade.
Cometa C / 2019 Y4 Atlas - Sputnik Brasil, 1920, 28.10.2025

Como GLEAM captava a visão geral e GLEAM-X os detalhes, os cientistas combinaram ambos usando uma técnica chamada gradeamento no domínio da imagem. Isso exigiu correções de distorções causadas pela ionosfera e mais de 1 milhão de horas de processamento em supercomputadores australianos.
O resultado foi um mosaico cobrindo 95% da Via Láctea visível do Hemisfério Sul, com frequências entre 72 e 231 MHz. As diferentes “cores de rádio” indicam a origem das emissões: explosões de estrelas mortas aparecem em laranja, enquanto regiões de formação estelar brilham em azul, facilitando a identificação dos componentes físicos da galáxia.
Esse novo mapa é o mais sensível e abrangente já feito em baixas frequências. Ele abre caminho para pesquisas sobre remanescentes estelares, raios cósmicos e poeira interestelar. Embora o SKA-Low, futuro telescópio de altíssima sensibilidade, ainda esteja em desenvolvimento, o atual mosaico já antecipa as descobertas extraordinárias que estão por vir.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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