Manter um carro híbrido é mais caro? Entenda as diferenças de custo


Os carros híbridos combinam motores a combustão e elétricos para oferecer maior eficiência e menor consumo de combustível. Apesar da promessa de economia, essa tecnologia mais avançada pode impactar os custos de manutenção do veículo.

Levantamos os preços de revisão e de componentes importantes, como a bateria, para entender onde se ganha e onde se perde ao deixar um híbrido na oficina.

O professor Marcelo Cunha, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), explica que, em comparação com os veículos convencionais, “a tendência é que sejam custos maiores, uma vez que há mais componentes e sistemas num veículo híbrido do que em um convencional”.

No entanto, nossa pesquisa de valores com alguns modelos com versões híbridas e somente a combustão mostrou pouca diferença. Confira no texto abaixo:

Manter um carro híbrido – sem considerar os gastos com combustível – pode custar pouco mais do que um modelo convencional. Claro, porém, que há compensações, como menor desgaste de freios, devido às frenagens regenerativas proporcionadas pelo conjunto elétrico, e economia de combustível.

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Para quem pretende investir em um híbrido, é essencial conhecer as especificidades da manutenção e seguir o plano recomendado pela fabricante para garantir a durabilidade dos componentes.

Consultamos os valores, itens inspecionados e substituídos, além do valor da troca da bateria para os modelos Toyota Corolla Cross, Jeep Compass, Ford Maverick e CAOA Chery Tiggo 8 Pro, a fim de verificar o que muda nos pacotes de manutenção dos veículos.

Para o SUV da Toyota, o Corolla Cross, o pacote das seis primeiras revisões do híbrido é R$ 177,60 mais caro que o do modelo a combustão. Na lista de itens substituídos e verificados não há alterações, exceto pela limpeza do filtro de ar da bateria do híbrido, que não representa elevação no valor do serviço.

O ponto crítico é o conjunto de baterias. Se houver necessidade de substituição, custa cerca de R$ 18 mil, sem a mão de obra. A garantia para o modelo é de dez anos e de oito anos para o componente híbrido, desde que respeitados todos os intervalos de manutenções e realizados em concessionária.

Comparando o Jeep Compass Limited T270 e a versão híbrida 4XE, ambas com motor 1.3 turbo, a diferença do pacote das seis primeiras revisões é de R$ 808 a mais para a versão híbrida. No entanto, o intervalo entre as revisões é maior na 4xe (a cada 15 mil km), o que faz com que os seis serviços cubram 90 mil km, contra 72 mil da à combustão.

Os itens substituídos são os mesmos, mas as conexões de recarregamento são verificadas na versão híbrida, que é plug-in. O custo da substituição da bateria de 48 Volts fica na casa dos R$ 70 mil, de acordo com consulta a algumas concessionárias da marca.

A Jeep passou a oferecer cinco anos de garantia na linha 2025, com modelos vendidos a partir de 2022 também sendo contemplados no programa de ampliação.

No caso da picape Ford Maverick, o pacote das quatro primeiras revisões é R$ 233 mais barato na versão híbrida. O grande diferencial entre os itens e valores é a substituição do filtro de combustível na terceira revisão do modelo somente com motor térmico.

A diferença de valor do terceiro serviço é de R$ 1.444 na híbrida contra R$ 2.549 na convencional. A troca da bateria custa cerca de R$ 35 mil e a garantia total do veículo é de três anos.

O último veículo que verificamos a comparação é o Tiggo 8 PRO, SUV de 7 lugares da CAOA Chery. As 6 primeiras revisões da versão PHEV, plug-in híbrida, custa R$ 636 a mais que a versão convencional. A disparidade, no entanto, se dá pelo custo elevado da quarta revisão do modelo híbrido, R$ 3.232,70, contra R$ 887,49 do modelo sem auxílio de motor elétrico.

Nesta revisão também está a única diferença no pacote de itens verificados e substituído, com a versão híbrida trocando o fluído da direção elétrica, além do anel de vedação do componente. Descartando esse serviço, o pacote da versão híbrida ficaria R$ 1.709 mais barato. Importante mencionar que o conjunto elétrico de motores e baterias tem garantia de fábrica de 8 anos.

Um dos principais pontos de atenção em um híbrido é a bateria. Mas sua vida útil pode variar bastante. Segundo Cunha, “é difícil prever a vida útil média das baterias, pois depende da configuração do veículo, tecnologia da bateria e do uso que se faz do veículo”.

Por isso, ele recomenda verificar a garantia oferecida por cada fabricante, já que esse período pode indicar uma estimativa de durabilidade.

Além da bateria, os híbridos exigem manutenção no sistema elétrico, que deve passar por revisões periódicas. “A manutenção não consiste apenas de ações corretivas, mas também de revisões e testes periódicos para avaliação do estado dos componentes do sistema elétrico”, afirma o especialista.

A presença do sistema de frenagem regenerativa é um ponto positivo, pois reduz o desgaste das pastilhas e discos de freio. “Pelo uso do sistema regenerativo, há menor desgaste dos elementos de atrito dos freios”, explica o professor da Poli-USP. Isso significa que as trocas desses componentes podem ser menos frequentes do que em um carro convencional.

Já a frequência das revisões programadas tende a seguir o padrão dos veículos a combustão. “Os planos de manutenção, principalmente para os veículos mais recentes, costumam ser semelhantes aos dos veículos convencionais, com revisões a cada 10 mil km ou com periodicidade anual”, destaca o professor.

Outro fator que pode influenciar nos custos de manutenção é o tipo de híbrido. No caso dos modelos plug-in, que podem rodar longos períodos no modo elétrico, o motor a combustão pode ter um desgaste menor.

“Dependendo do uso, o híbrido plug-in pode funcionar majoritariamente como veículo elétrico, sendo o motor de combustão interna acionado em poucas situações e por períodos breves”, explica o professor Marcelo Cunha.

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Fonte: direitonews

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