Lula reitera a Biden atuação do Brasil pela ‘normalização do processo político’ na Venezuela


Em meio à situação na Venezuela, após a divulgação dos resultados eleitorais, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, pediu por uma ligação com o presidente brasileiro, Luiz Inácio Lula da Silva, nesta terça-feira (30). O telefonema estava marcado para 15h30, mas atrasou cerca de 15 minutos por parte dos norte-americanos e durou por volta de meia hora.
O Ministério das Relações Exteriores informou que, além da situação na Venezuela, Lula e Biden conversaram sobre “temas bilaterais e multilaterais”. Com relação a Caracas, Lula afirmou que tem feito um acompanhamento permanente do processo eleitoral por meio do assessor especial para Assuntos Internacionais, Celso Amorim.

“Informou que Amorim esteve com Nicolás Maduro e Edmundo González Urrutia e reiterou a posição do Brasil de seguir trabalhando pela normalização do processo político no país vizinho, que terá efeitos positivos para toda a região. Lula reiterou que é fundamental a publicação das atas eleitorais do pleito ocorrido no último domingo. Biden concordou com a importância das divulgações das atas”, acrescentou a pasta.

Conforme a chancelaria brasileira, o presidente norte-americano também confirmou presença na Cúpula do G20, que acontece em novembro no Rio de Janeiro, e Biden “agradeceu pelo trabalho conjunto na Parceria pelo Direito dos Trabalhadores e na área de transição energética”.
Durante a ligação, Biden ainda enfatizou que a economia de Brasil e Estados Unidos “está indo bem” e a parceria entre os dois países deve “continuar a crescer”.

“Lula convidou Biden para participar da reunião dos países democráticos contra o extremismo, que será realizada em setembro próximo, em Nova York, à margem da Assembleia Geral da ONU [Organização das Nações Unidas]”, explicou o Ministério das Relações Exteriores.

Ao fim da ligação, o presidente brasileiro cumprimentou Biden pela “magnânima” decisão em relação ao processo eleitoral nos EUA, quando o democrata decidiu deixar a corrida à Casa Branca e passou a apoiar a vice, Kamala Harris, e também “desejou sucesso para a democracia do país nas eleições presidenciais em novembro”.
Presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, é ovacionado por apoiadores durante ato de campanha à reeleição. Caracas, 4 de julho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 29.07.2024

Celso Amorim foi enviado pelo governo brasileiro para observar o processo eleitoral venezuelano. Em seu retorno, Amorim afirmou à jornalista Bela Megale que o Brasil deve exercer cautela ao opinar sobre o tema.

“Temos que ir com cautela porque o Brasil, o México e a Colômbia têm enorme capacidade de influência. São os três maiores países da América Latina que têm uma visão mais progressista e que poderão ajudar a construir uma solução rumo à pacificação.”

Mais cedo, em entrevista à TV Globo, Lula havia comentado que o Brasil reconheceria o resultado venezuelano mediante a apresentação das atas eleitorais.
Anteriormente, o Itamaraty, chefiado pelo ministro Mauro Vieira, saudou o “caráter pacífico” das eleições na Venezuela e pediu por transparência no processo de apuração.
Em encontro com Amorim no Palácio de Miraflores, sede da presidência da Venezuela, o presidente Nicolás Maduro prometeu divulgar as atas eleitorais “nos próximos dias”, segundo O Globo.
O presidente Nicolás Maduro discursa para apoiadores reunidos do lado de fora do palácio presidencial de Miraflores depois que as autoridades eleitorais o declararam vencedor da eleição presidencial. Caracas, Venezuela, 29 de julho de 2024 - Sputnik Brasil, 1920, 30.07.2024

Entrelaçada em questionamentos do Ocidente quanto à sua legitimidade, a eleição venezuelana apontou a vitória do atual presidente Nicolás Maduro com cerca de 51% dos votos. Os resultados foram validados pela Comissão Nacional Eleitoral (CNE) do país.
Nações da América Latina também questionaram a veracidade do resultado. Em resposta, Maduro retirou o corpo diplomático desses países. Os Estados Unidos e a Organização dos Estados Americanos (OEA) também rejeitaram a vitória eleitoral de Maduro, afirmando que o opositor, Edmundo González, teria ganho a eleição.
Lula afirmou também que é normal que sejam criadas divergências internas quando uma eleição é acirrada dessa forma.

“É normal que tenha uma briga. Como resolve essa briga? Apresenta a ata. Se a ata tiver dúvida entre a oposição e a situação, a oposição entra com um recurso e vai esperar na Justiça o processo.”

Biden agradece Lula sobre liderança na questão da Venezuela

De acordo com o comunicado emitido pela Casa Branca, os presidentes de Brasil e EUA discutiram uma série de questões bilaterais. Biden aproveitou a oportunidade para agradecer a Lula pela liderança nos assuntos que envolvem as eleições na Venezuela.
Ambos, conforme o documento, concordaram sobre a necessidade de divulgação imediata de dados eleitorais completos, transparentes e detalhados a nível de seção eleitoral pelas autoridades eleitorais venezuelanas. Os líderes prometeram, ainda, manter coordenação sobre o assunto.
Além disso, os presidentes se comprometeram a aprofundar a cooperação entre os dois países, a fim de acelerar a transição energética e avançar em discussões que tratam os direitos dos trabalhadores.
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Fonte: sputniknewsbrasil

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