“Dificilmente Lula escolherá o próximo PGR retirando um nome da lista tríplice da ANPR. Primeiro porque não está vinculado legalmente a fazê-lo, visto que a Constituição só o obriga a escolher um procurador de carreira do MP [Ministério Público]. Em segundo lugar, Lula decidirá a partir de consultas aos seus aliados mais influentes e mais próximos, incluindo o senador Jaques Wagner [PT], líder do governo no Senado Federal, e o ministro do STF [Supremo Tribunal Federal] Alexandre de Moraes.”
“Lula é refratário à espetacularização do Judiciário e ao ativismo midiático. Em terceiro, deve ser claramente contrário à Lava Jato, ou seja, não pode ser alguém com perfil político, interessado em usar o cargo como plataforma de uma cruzada moral, por exemplo”, explica.
Experiências traumáticas nos últimos dez anos
“O Janot empreendeu uma mudança na atuação da PGR a partir do momento em que ele não só apoiou, como participou da Lava Jato. Essa operação teve um impacto tremendo no sistema político e na relação do Judiciário com os poderes Legislativo e Executivo, além de levar à destruição de alguns partidos políticos, sobretudo o PSDB, e ao enfraquecimento do MDB.”
Escolha terá ‘tranquilidade’
“Me parece que, nos últimos meses, sobretudo, a atuação dele depois do 8 de Janeiro inviabilizou bastante a nomeação ou qualquer possibilidade de articulação política. E eu não acho que Lula, de fato, tenha pensado seriamente [nessa possibilidade]”, pontua.
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Fonte: sputniknewsbrasil