“Há um custo para isso, que é o fato de as Forças Armadas estarem sempre naquela posição de que, se não forem atendidas, podem desestabilizar o sistema. Este temor em relação ao que as Forças Armadas poderiam fazer no caso de serem contrariadas é um temor que pairou sobre todos os governos da Nova República que optaram por essa política de acomodação. Então, no curto prazo, essa política parece ser mais efetiva, mas no longo prazo o país acaba pagando um preço alto.”
A Defesa como ferramenta para a integração regional do Brasil
“O Brasil tem acordo com diversos países, nós não temos problema de fronteira, convivemos muito bem com todos os países da América do Sul. Agora, acredito que vai haver um resgate do relacionamento do Brasil com a Venezuela e com a Argentina. São vizinhos, e como tais estiveram e estarão presentes em toda a história do Brasil. Portanto é bastante importante que o Brasil mantenha um bom relacionamento.”
“Isso tudo se desfez a partir do governo Temer. Então tem muita coisa para ser reconstruída. Vamos ver se o ministro da Defesa vai ter a capacidade de engajar os militares nesse projeto, já que essa não é a preferência natural deles, que preferem uma aproximação com os países do Arco do Conhecimento.”
“Uma das coisas mais importantes, que tem recebido pouca atenção dos governos nos últimos 40 anos, é o caso da indústria de defesa nacional. A Avibras está em uma situação bastante difícil. O governo precisa olhar com carinho não só para a Avibras, como para outras empresas do setor, que além de trazerem empregos, receitas e exportarem bastante, são fundamentais para a soberania brasileira. Acho que essa é uma bandeira que o governo Lula precisa pegar e levar adiante.”
Fonte: sputniknewsbrasil