O presidente anunciou ainda que o Brasil vai reforçar o controle sobre importações de assentamentos ilegais na Cisjordânia e manter suspensa a exportação de material de defesa que possa ser usado em crimes contra a humanidade.
Diante da paralisia do Conselho de Segurança, Lula defendeu que a Assembleia Geral assuma protagonismo e apoiou a criação de um órgão semelhante ao Comitê Especial contra o Apartheid, que teve papel central no fim da segregação racial na África do Sul.
Segundo o presidente, assegurar o direito de autodeterminação da Palestina é “um ato de justiça” e uma condição essencial para restituir a força do multilateralismo e recuperar “o sentido coletivo de humanidade”.
Discurso de Lula na Assembleia Geral
Amanhã (23), Lula fará o discurso de abertura da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas.
A expectativa é que o presidente destaque a diplomacia e a política externa brasileiras, em meio à tensão entre Brasil e Estados Unidos. O presidente estadunidense, Donald Trump, será o segundo a discursar, aumentando as expectativas de um encontro entre os líderes nos corredores. No entanto, ainda não houve nenhum aceno das partes.
Esta será sua terceira presença na cúpula durante o mandato vigente, mantendo a tradição de abrir os discursos, responsabilidade do representante brasileiro. Lula deve reforçar o compromisso do Brasil com a democracia, o multilateralismo e a regulação das big techs, além de abordar temas como a criação do Estado da Palestina e os desafios climáticos.
O contexto da viagem é marcado pelo agravamento das relações entre Brasil e Estados Unidos. O governo de Donald Trump impôs tarifas de até 50% sobre produtos brasileiros em resposta à condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro por tentativa de golpe.
Além disso, autoridades norte-americanas cassaram vistos de ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e aplicaram sanções contra o relator do caso na Corte, Alexandre de Moraes, como o bloqueio de contas com base na Lei Magnitsky. Mais cedo, Viviane Barci de Moraes, esposa do magistrado, foi a nova vítima das restrições do governo Trump.
A condenação de Bolsonaro e outros sete réus pelo STF, apontados como integrantes do núcleo da tentativa de golpe, provocou reações imediatas nos Estados Unidos. Washington prometeu uma “resposta adequada” ao que considera perseguição política, ampliando o clima de tensão diplomática às vésperas da Assembleia.
Fonte: sputniknewsbrasil