O trabalho forçado, uma grave violação dos direitos humanos, gera lucros ilegais de US$ 236 bilhões por ano na economia privada, segundo um novo relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Esse valor, equivalente ao PIB da Suécia, representa um aumento de 37% em relação a 2014, revela o levantamento.
A exploração sexual comercial forçada é a modalidade mais lucrativa, respondendo por 73% dos lucros ilegais. As vítimas, principalmente mulheres e meninas, são exploradas em diversos setores, como a prostituição, o tráfico de pessoas e a indústria do entretenimento.
Outros setores com altos lucros ilegais são:
- Indústria: US$ 35 bilhões, incluindo mineração, construção e manufatura.
- Serviços: US$ 20,8 bilhões, incluindo comércio, hotelaria, alimentação e serviços pessoais.
- Agricultura: US$ 5 bilhões.
- Trabalho doméstico: US$ 2,6 bilhões.
Em 2021, havia 27,6 milhões de pessoas em situação de trabalho forçado no mundo, um aumento de 2,7 milhões em relação a 2016. Essa realidade cruel afeta 3,5 pessoas para cada mil no planeta, perpetuando a pobreza e a exploração.
O relatório da OIT recomenda diversas medidas para combater o problema, como:
- Aplicação rigorosa da lei para perseguir os autores dos crimes e garantir a proteção das vítimas.
- Fortalecimento da inspeção do trabalho em setores de alto risco.
- Abordagens mais profundas sobre as causas do problema, como a pobreza e a falta de acesso à educação.
- Promoção do trabalho decente e da inclusão social.
Em 2023, o Ministério do Trabalho e Emprego do Brasil resgatou 3.190 trabalhadores em situação de trabalho análogo à escravidão, o maior número dos últimos 14 anos.
As denúncias podem ser feitas de forma remota e sigilosa no Sistema Ipê.
Fonte: gazetabrasil